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terça-feira, 31 de agosto de 2010

biomas brasileiros

Vai uma dica para os alunos que estão fazendo o trabalho sobre biomas:
http://planetasustentavel.abril.com.br/planosdeaula/

No subsolo da Amazônia, o maior aquífero no mundo?

Karina Miotto*

Uma informação divulgada em abril deste ano tem grandes chances de chamar muita atenção da comunidade científica, de ambientalistas e órgãos públicos. Os geólogos Milton Matta, Francisco Matos de Abreu, o engenheiro civil André Montenegro Duarte e o economista Mário Ramos Ribeiro, pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) e o também geólogo Itabaraci Cavalcante, da Universidade Federal do Ceará (UFC), afirmam que o Aquífero Alter do Chão, que se estende pelo Amazonas, Pará e Amapá, é dono da maior reserva de água doce subterrânea do planeta. Vale lembrar que aquíferos não são rios existentes no subsolo, como muita gente pensa, mas um conjunto de rochas saturado de água.
De acordo com levantamentos científicos, o Aquífero Alter do Chão supera o volume de água do Aquífero Guarani, até então considerado o maior da América do Sul, localizado sob os solos do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. O Guarani tem 45 mil quilômetros cúbicos de água, cobre uma superfície de quase 1,2 milhões de quilômetros quadrados e 70,2% de sua área está localizada no Brasil - sua extensão espalha-se pelo subsolo de oito estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Enquanto isso, o aquífero situado na Amazônia ocupa três estados, tem uma reserva de água potável de 86.400 quilômetros cúbicos (aproximadamente 86 quatrilhões de litros) e espessura média de 575 metros. Como as informações disponíveis até o momento são preliminares, ele pode ser bem mais espesso, maior e volumoso do que isso.
Para se ter uma ideia do que as proporções descobertas deste aquífero significam, Milton Matta explica que com a quantidade de água existente nele seria possível abastecer não apenas os mais de 193 milhões de brasileiros, mas a humanidade toda – e por cerca de 100 vezes. “Claro que isso não é viável por questões geológicas, mas é preciso que fique clara a capacidade deste aquífero. Estamos dizendo que é o maior do mundo, agora só falta convencer a comunidade científica disso. Nós pegamos todo mundo de surpresa. É algo muito novo”, diz.
Para Fernando Roberto de Oliveira, gerente de águas subterrâneas da Agência Nacional de Águas (ANA), é perfeitamente possível que o Aquífero Alter do Chão seja de fato o maior do planeta. No entanto, salienta que ainda não existem provas que confirmem isso com certeza absoluta. “Eu acho um tanto quanto cedo para se fazer esta afirmação. Os conhecimentos são preliminares. Vamos ter uma possibilidade de afirmar isso com mais segurança quando tivermos informações com maior nível de detalhes”, diz.
De acordo com Matta, parte dos estudos que resultaram em novas informações sobre o Aquífero Alter do Chão foi subsidiada com recursos de outros projetos desenvolvidos pelos próprios pesquisadores – ou seja, sem ajuda financeira de patrocinadores. Os dados mais recentes obtidos sobre o assunto vêm da tese de doutorado em geociências feita por André Montenegro que, sob a orientação de Francisco Matos, investigou a potencialidade das águas na Amazônia. No entanto, para conseguir novas informações, não há outro caminho: será preciso pesquisar mais.
Por isso, os pesquisadores têm escrito um projeto, cujo título provisório é “Sistema Hidrogeológico Grande Amazônia: Fundamentos para Uso e Proteção da Maior Reserva de Água Doce Subterrânea do Mundo” para o qual pretendem, desta vez, contar com ajuda extra. “O Guarani é um aquífero menor e recebeu 30 milhões de dólares, nós só pedimos cinco e pelo menos mais quatro anos para coleta de dados. Precisamos determinar com precisão as reservas totais de água do aquífero, bem como seu modelo de uso e proteção”, afirma Matta. 
A equipe pretende conseguir apoio junto a entidades nacionais e internacionais – uma delas será o Banco Mundial. Para facilitar a busca de recursos e evitar confusão com a vila turística de Alter do Chão, próxima de Santarém (PA), uma das estratégias será mudar o nome do aquífero para “Grande Amazônia”. “O impacto nos financiadores será outro”, conclui Matta.
O mapa abaixo mostra todos os aquíferos do país. Matta afirma que ele é a prova de que pouco se sabe sobre o potencial de aquíferos na região amazônica brasileira. A área em verde musgo mostra o suposto tamanho do Aquífero Alter do Chão. 

 Fonte: UFPA

Uso e valoração econômica

Mário Ramos Ribeiro defende a valoração econômica do futuro “Aquífero Grande Amazônia”, opinião também compartilhada por Francisco Matos. “Recursos hídricos não podem continuar sendo tratados como se fossem de ninguém, infinitos e sempre prontos para qualquer tipo de utilização. Neste contexto, a sociedade como um todo deve discutir como e quanto vai custar para retirar água dos aquíferos. A água como um bem em si é importante para manter o equilíbrio da floresta. A transferência de umidade para o centro-sul do Brasil faz chover e movimentar um agronegócio de 320 bilhões de dólares (dados de 2008), o equivalente a 20% do PIB brasileiro. Diante desses argumentos – e de outros que poderíamos elencar - ela precisa ser valorada”, afirma Matos.
As águas do Aquífero Alter do Chão já abastecem parte das cidades de Manaus, no Amazonas (dados apontam para 40%) e de Santarém, no Pará. Em trechos do material cedido à reportagem por um dos pesquisadores, fala-se na capacidade de “proporcionar água suficiente para indústria e agricultura”. Os cientistas apostam, portanto, nos diversos tipos de uso que se poderá fazer deste aquífero.
Para garantir que não haja superexploração, será feito um plano de uso e proteção do mesmo. “Vamos dizer quais áreas poderão ou não ser mexidas”, conta Matta. “Será indispensável um poder disciplinador para o uso socialmente sustentável desse recurso”, complementa Francisco Matos.
O anúncio e a comprovação de que sob os solos da Amazônia encontra-se a maior quantidade de água doce do mundo pode fazer saltar os olhos de muitos. Especialmente porque de toda água existente no planeta, menos de 1% estaria de fato disponível para o consumo humano. Outro dado importante é que toda água que pode ser vista na Amazônia (rios, chuvas, lagos) representa apenas 16% do total existente – 84% estão no subsolo. 
Aquíferos x águas superficiais

De acordo com os cientistas, existem algumas vantagens do uso de aquíferos para o abastecimento de cidades em relação a águas superficiais. “A água é limpa, não requer tratamento. A construção de poços causa menos impacto ambiental, é barata - um de 50 metros de profundidade em Belém custa 12 mil reais e pode durar até 20 anos”, afirma Matta. 
Outras duas vantagens seriam o fato de águas subterrâneas não ocuparem espaço na superfície e sofrerem menor influência nas variações climáticas, conforme explica o livro Aqüífero Guarani: A Verdadeira Integração dos Países do Mercosul, de autoria dos biólogos Nadia Rita Boscardin Borghetti e José Roberto Borghetti e do geólogo Ernani Francisco da Rosa Filho.
Apesar de estarem no subsolo a pequenas ou grandes profundidades, a água de aquíferos pode ser contaminada caso em suas proximidades sejam construídos lixões, fossas, cemitérios e grandes lavouras. “Em outra comparação com águas superficiais, se um aquífero é mais difícil de contaminar, também é mais complicado descontaminar. No caso do Aquífero Alter do Chão, já temos conhecimento de processos contaminantes que, se nada for feito, poderão alcançar as águas do subsolo”, diz Matta. Na dúvida, o mais coerente é proteger a área deste aquífero da melhor forma possível. Afinal, nele pode estar a maior quantidade de água doce (e potável) da Terra.


 
Karina Miotto é jornalista formada pela PUC-SP. Free lance do Grupo Abril, ama viajar e foi parar na Amazônia, de onde chegou a trabalhar para o Greenpeace e a escrever para as revistas Terra da Gente e National Geographic. É autora do blog Eco-Repórter-Eco e correspondente do ((o)) eco Amazonia.

Fonte: O Eco Amazônia http://oecoamazonia.com/br/reportagens/brasil/61-no-subsolo-da-amazonia-eis-o-maior-aquifero-no-mundo 

ocupação do espaço urbano

Comparação muito interessante sobre mobilidade urbana feita por uma cidade alemã.


Retirado de TV Cultura http://ht.ly/2xBDX


Resposta e resultado do jogo - IA09

Olá meus queridos, segue abaixo a última questão do jogo com questões de vestibular e o gabarito. Abaixo segue a classificação das equipes.

“As florestas ocorrem numa ampla variedade de formações, conforme a distribuição de dois fatores principais: os gradientes de umidade e de temperatura.(...) As florestas são centrais energéticas da biosfera que, através da fotossíntese, do crescimento biológico, da criação de húmus fértil e da transferência de energia, desempenham papéis importantes na reciclagem planetária do carbono, do nitrogênio e do oxigênio. Ajudam a determinar a temperatura, a pluviosidade e outros fatores climáticos. Constituem a reserva genética mais importante do planeta” (Eckholm, 1887 apud Ross, 1998, p. 140). Sobre florestas, é correto afirmar que:
(01) as tropicais úmidas ocorrem entre os trópicos, nas terras baixas ou pouco elevadas, e recebem uma precipitação elevada e bem distribuída durante todo o ano.
(02) as espinhosas de clima quente ocorrem em regiões quentes do planeta, mas com baixos índices pluviométricos.
(04) as tropicais abrigam a rica fauna dos biomas terrestres, apresentando-se estratificadas onde podem se distinguir basicamente três níveis: a do estrato emergente, a do dossel e a do solo.
(08) as esclerófitas foram modificadas, há séculos, pelos sistemas de terraceamento para agricultura, pela irrigação e pela urbanização.
(16) as tropicais têm demonstrado que são perfeitamente adaptáveis para métodos de cultivo baseados nas características dos ecossistemas europeus.
(32) as boreais são as matas de coníferas que ocorrem nas latitudes abaixo de 45º – sendo que aí aparecem várias formas de pinheiros e abetos, quase sempre perenifólias.
(64) nas tropicais estacionais, a adaptação ao ritmo estacional da umidade provoca queda de folhas, que podem ocorrer assincronicamente, isto é, manchas de florestas perdem as folhas e outras não.

Estão corretas: 01 + 02 + 04 + 08 + 64 = 79

Classificação:
1o. Grupo 6 - 169 pontos
2o. Desculpa Didigão - 139 pontos
3o. Grupo 4 - 130 pontos
4o. Grupo 3 - 115 pontos
5o. grupo 5 - 59 pontos
6o. Grupo de 5 - 50 pontos

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Chongqing, a megalópole que mais cresce no mundo 30 de agosto de 2010


Alguém já ouviu falar de Chongqing, China? Isso não impede que meio milhão de pessoas mudem para sua área urbana todos os anos. Até 1997, o município era parte da província de Sichuan. Nesse ano, ganhou ele próprio status de província. Sua população total é de 32 milhões, maior que as de países como Malásia, Iraque e Peru. A urbana já passou de 9 milhões e, no maior ritmo do planeta, deve chegar a 20 millhões em uma década.
A China já ultrapassou os 90 municípios com mais de 1 milhão de habitantes — Chongqing é o maior. Só para comparar, o Brasil tem 14, os EUA tem 41 e a Inglaterra tem 5. Todo ano, 8,5 milhões de chineses se mudam do campo para as cidades.
Se quiser saber mais, leia a reportagem do The Guardian

Fonte: oEcocidades, disponível em: http://www.oecocidades.com/2010/08/30/chongqing-megalopole-que-mais-cresce-mundo/

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Se você desistir, eles vão desistir




http://www.youtube.com/watch?v=kkuxXP2kIm8&feature=player_embedded

A Áfica e o BRIC

O termo BRIC foi criado por Jim O'Neill para definir os países emergentes mais promissores: Brasil, Rússia, India e China.
Esse mesmo autor, em artigo no Financial Times, decreta que a África (isso mesmo, o continente) pode ser o mais novo "bric".

Para ler o artigo no original: http://www.ft.com/cms/s/0/6c00e950-b153-11df-b899-00144feabdc0.html (precisa fazer um cadastro :/)

Para ler versão reduzida em português: http://blogs.estadao.com.br/radar-economico/2010/08/27/africa-pode-ser-o-proximo-bric-diz-criador-do-termo/

Entenda como se forma a névoa química na cidade de São Paulo

A cidade de São Paulo registrou ontem o quinto dia consecutivo com umidade do ar abaixo de 30%, a maior sequência desse tipo de clima desde 1945. O efeito é agravado ainda mais pela grande concentração de material particulado que paira na atmosfera e que tem tornado os dias dos paulistanos cada vez mais irrespiráveis. 

Apesar da baixa umidade ser comum nessa época do ano, as péssimas condições da atmosfera na Grande São Paulo estão altamente favorecidas pela intensa poluição do ar, agravada em grande parte pela maior circulação de automóveis. Estudos realizados em 2006 evidenciaram que a utilização do álcool na matriz energética também influenciou a relação dos compostos orgânicos emitidos para a atmosfera, colaborando ainda mais com o problema. 
Devido à fraca circulação dos ventos e baixa umidade, o material poluente não se dissipa e cria uma névoa seca facilmente visível em fotografias de longa distância. Entenda como acontece.
Névoa Fotoquímica
Conhecida como “smog fotoquímico”, essa névoa é formada da mistura de poluentes secundários criados pelas reações entre os óxidos de nitrogênio e alguns compostos orgânicos voláteis, liberados durante a queima incompleta e na evaporação de combustíveis e solventes. Esse material reage na presença dos raios ultravioleta do Sol gerando o ozônio, um dos poluentes que mais contribuem para os baixos índices de qualidade do ar nos grandes centros urbanos. 

 
Apesar das imagens mostrarem a camada de poluição no horizonte, de fato ela não está distante. Toda a cidade está imersa dentro dessa névoa, que apenas parece amplificada no horizonte devido à ilusão de ótica causada pela densidade do ar poluído.

Fotos: Imagens registradas na manhã de 27 de agosto de 2010 mostram o horizonte da cidade recoberto por uma espessa camada de poluição. Esta névoa recebe o nome de “smog fotoquímico” e é formada pelo material produzido pela queima incompleta e na evaporação de combustíveis e solventes. No topo, a visão do leste da cidade, alguns minutos antes do Sol nascer. No centro, o sol tenta iluminar a cidade, mas a névoa teima em dificultar seu trabalho. Acima, imagem do quadrante oeste alguns instantes antes da alvorada, também revela a espessa névoa. No céu, a Lua e Júpiter testemunham o evento. Crédito: Apolo11.com/Rogério Leite


Fonte: Apollo 11, publicado em 27/08/10. Disponível em  http://www.apolo11.com/clima.php?posic=dat_20100827-112826.inc

Uma “fazenda de ondas” gera eletricidade em Portugal

Peter Moon

O Parque de Ondas da Aguçadora, nome da praia em frente a qual o projeto-piloto foi montado, é a primeira fazenda de aproveitamento da energia das ondas.
 Navegar é preciso, observou certo dia o poeta português Fernando Pessoa. Boiar, também. Pelo menos é no que acreditam os engenheiros responsáveis pelo projeto e construção de três imensas balsas vermelhas (foto acima). Cada uma delas mede 142 metros de comprimento, tem 3,5 metros de diâmetro e pesa 700 toneladas. Em 2008, elas foram ancoradas no litoral norte de Portugal. Ao custo de 8,5 milhões de euros, as balsas gigantes geram 2,25 megawatts de eletricidade, suficientes para abastecer as 1.500 casas de Póvoa de Varzim, cidadezinha a beira-mar próxima ao Porto. O Parque de Ondas da Aguçadora, nome da praia em frente a qual o projeto-piloto foi montado, é a primeira fazenda de aproveitamento da energia das ondas.
As estruturas cilíndricas flutuadoras, chamadas Pelamis, lembram banana-boats. Foram construídas na Escócia pela Pelamis Wave Power, uma firma de engenharia de Edimburgo. Em 2007, as três balsas foram rebocadas pelo Atlântico Norte até o litoral português, onde foram ancoradas num local com 50 a 60 metros de profundidade, a 5 quilômetros da costa. As balsas são semi-submersíveis e articuladas. Elas se ligam umas às outras como os gomos de um rolo de salsichas. Cada unidade geradora possui três gomos, dispostos em posição perpendicular à costa, de modo a “pegar” as ondas de frente.
Num movimento de gangorra, as balsas sobem e descem ao sabor da ondulação. No interior de cada uma há um reservatório com óleo sob alta pressão. A ondulação faz o óleo se mover para frente e para trás, acionando os geradores que produzem 750 quilowatts de eletricidade, transferidos por um cabo submarino ao continente.
A segunda fase do projeto da empresa EDP Energias de Portugal prevê, ao custo de 70 milhões de euros, a instalação de 25 pilamis para gerar 21 megawatts, o bastante para suprir uma cidade de 250 mil habitantes. A fase final do projeto, se algum dia vier a se concretizar, prevê investimentos de 1,1 bilhão de euros para instalar um parque de ondas com capacidade de 525 megawatts, para gerar energia a 5 milhões de pessoas.
O projeto-piloto português comprovou a viabilidade comercial dessa usina de geração de energia limpa e renovável. Uma segunda “fazenda de ondas” está em construção. Ficará nas ilhas Orkney, ao norte da Escócia (foto abaixo). Serão 26 pilamis que irão produzir 20 megawatts de eletricidade, num investimento de 80 milhões de euros.

Fonte: Revista época online, publicado em 27/08/10. Disponível em http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI166641-15230,00-UMA+FAZENDA+DE+ONDAS+GERA+ELETRICIDADE+EM+PORTUGAL.html

Emissões de nitrogênio trazem de volta a chuva ácida

Além das chaminés, agora também fabricantes de fertilizantes provocam esse problema por Michael Tennesen

O flagelo da chuva ácida dos anos 70 e 80, que matou árvores e peixes e até dissolveu estátuas no National Mall, em Washington, D.C., voltou diferente. Em vez de ácido sulfúrico derivado das emissões industriais de enxofre, o líquido corrosivo é ácido nítrico, resultante não só das chaminés, mas também da agricultura.

Além de dissolver cimento e calcário e reduzir o pH de lagos e riachos, a chuva ácida lava importantes nutrientes do solo, prejudicando plantas e liberando minerais tóxicos que podem alcançar hábitats aquáticos. Para combater esse problema quando surgiu pela primeira vez, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) conseguiu aprovar, em 1990, alterações na Lei do Ar Limpo (Clean Air Act), que cortou em 59% as emissões de enxofre das fábricas de 1990 a 2008. As emissões de compostos de nitrogênio, entretanto, não caíram tão abruptamente.

De maneira geral, usinas elétricas a carvão e veículos motorizados expelem a maior parte dos óxidos de nitrogênio do país, a matéria-prima para a chuva de ácido nítrico. Mas uma grande porcentagem deles também vem do setor agrícola na forma de amônia (NH3), que bactérias convertem para ácido nítrico no solo. Os maiores culpados são os fabricantes de fertilizantes, que transformam o gás nitrogênio não reativo da atmosfera em amônia por meio do chamado processo Haber-Bosch. Extensivas operações de alimentação de animais em confinamento no sul também produzem amônia. “A agricultura está cada vez mais funcionando como uma operação industrial intensivamente dirigida e isso vem criando sérios problemas com relação à água, ao solo e ao ar”, observa Viney P. Aneja, professor de qualidade do ar e tecnologia ambiental da North Carolina State University.

Cientistas estão começando a documentar o estrago. Pesquisadores da Floresta Experimental Hubbard Brook, na Floresta Nacional de White Mountain, em New Hampshire, encontraram evidências de chuva de ácido nítrico que parece ter se originado de óxidos nítricos provenientes do alto Centro-Oeste. Eles relataram que a chuva ácida pode reduzir a tolerância ao frio e ao estresse em algumas espécies de árvores, incluindo o abeto vermelho e o bordo de açúcar. Da mesma forma, pesquisadores rastrearam óxido nítrico saindo de Kentucky e Tennessee e se dirigindo às Grandes Montanhas Smoky, onde observaram tanto a pior chuva ácida quanto degradação florestal, observa William H. Schlesinger, presidente do Instituto Cary para Estudos de Ecossistemas, em Millbrook, Nova York.

Embora os Estados Unidos pudessem endurecer as regras do ar limpo para combater as emissões atmosféricas de nitrogênio, o país não tem leis abrangentes nem dispositivos adequados para monitoramento das emissões provenientes da agropecuária. Schlesinger acredita que discussões nacionais sobre a mudança climática permitiram aos Estados Unidos ignorar o problema do nitrogênio, que, segundo ele, será o próximo grande problema ambiental. “Esse é mais um exemplo da interferência dos humanos nos ciclos globais biogeoquímicos com consequências imprevisíveis”, observa.

A ação governamental pode ajudar significantemente: a União Europeia, por exemplo, aprovou, em 1999, um pacto de redução da acidificação chamado Protocolo Gothenburg, que reduziu as emissões de nitrogênio na Europa em um terço, enquanto no mesmo período as emissões nos Estados Unidos permaneceram constantes. Para piorar a situação, os Estados Unidos elevaram a emissão de amônia em 27% de 1970 a 2005, de acordo com um trabalho publicado na Environmental Science & Technology.

Sem intervenção o problema provavelmente se agravará. O crescimento da população mundial, que deverá aumentar dos atuais 6,5 bilhões para 9 bilhões em 2050, fará pressão sobre a produtividade agrícola e consequentemente sobre o uso de fertilizantes. O Comitê Integrado do Nitrogênio do Conselho Consultivo de Ciência da EPA, que em junho realizou uma teleconferência pública sobre o assunto do nitrogênio reativo no meio ambiente, elaborou um relatório provisório que estabelece os detalhes, incluindo as opções de gestão para a chuva de ácido nítrico. Também discute maneiras de monitorar emissões atmosféricas, que atualmente é o ponto fraco no cenário do controle do nitrogênio. Espera-se que o relatório final seja lançado no próximo ano.


Fonte: Notícias Scientif American, publicado em 27/08/2010. Disponível em http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/emissoes_de_nitrogenio_trazem_de_volta_a_chuva_acida.html

Pesquisador brasileiro descobre forma de usar a umidade do ar para produzir energia

O cientista brasileiro Fernando Galembeck anunciou, na última quarta-feira (25), os resultados de uma pesquisa que pode inovar a produção de energia. Os estudos feitos por ele mostram que é possível transformar a energia atmosférica em elétrica.
Durante muito tempo as gotículas de água presente na atmosfera foram objetos de estudo de diversos cientistas, porém até então ninguém havia obtido sucesso. Sempre fora considerado que essas gotas d’água eram eletricamente neutras. Mas, o estudo feito por Galembeck, que também é professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostrou que elas adquirem carga elétrica ao entrarem em contato com as partículas de poeira do ar. Essa captação e transmissão de energia é chamada de higroeletricidade, ou seja, eletricidade da umidade.
A expectativa do pesquisador é de que, em breve, seja possível desenvolver coletores de higroeletricidade parecidos com as células fotovoltaicas, que captam a energia solar. Se esses planos se confirmarem, a energia pode ser usada em residências e empresas.
Os painéis teriam melhor rendimento ao serem instalados em regiões mais úmidas, entre elas, países com características tropicais, como é o caso do Brasil. Os estudos também podem ser úteis para a prevenção de raios, desde que ao serem desenvolvidos os painéis, eles sejam colocados no alto dos prédios.
Com informações do site Inovação Tecnológica

Fonte: Ciclo Vivo, postado em 27/08/10. Disponível em http://ciclovivo.com.br/noticia.php/956/pesquisador_brasileiro_descobre_forma_de_usar_a_umidade_do_ar_para_produzir_energia/

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Os limites do Planeta

Excelente material produzido pelo site do Scientific American. Infelizmente está em inglês. Porém não é difícil de compreender.

O Quanto ainda resta?Powered by Ergo:Ux

Alerta: avanço do mar já está reduzindo faixa de areia no Brasil

Um estudo apresentado durante a 62ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizado no fim de julho no Rio Grande do Norte, trouxe dados que mais uma vez evidenciam os efeitos do aquecimento global sobre o planeta.

                                                   Avanço do Mar em João Pessoa, Paraíba

O estudo confirma aquilo que os moradores da orla marítima já sabem há muito tempo: a areia das praias do litoral brasileiro está perdendo espaço com o avanço do mar.

Para o geólogo e geógrafo Dieter Muehe as mudanças climáticas estão provocando tempestades em ritmo acelerado e a elevação acelerada do nível do mar na costa brasileira já é uma realidade. Alguns exemplos recentes como as ressacas que ocorreram na Praia da Armação, em Florianópolis, SC, ou na Praia da Caueira, em Itaporanga d’Ajuda, em Sergipe, mostraram a vulnerabilidade das faixas de areia que correm o risco de desaparecer das praias do Brasil.

“As regiões urbanas são as que correm mais risco. Isso está acontecendo em várias praias do Rio de Janeiro, como Piratininga, Ipanema e Cabo Frio”, disse Muehe.
Ao lado das mudanças no clima, a ação direta do homem também contribui de forma significativa para a resposta do mar. Construções muito próximas da praia que invadem a faixa de areia são as primeiras a serem atingidas pela maré alta, obrigando no futuro a desocupação da região.

Segundo Muehe, a situação pode ser revertida por meio de dragagens com areias idênticas às da praia ou mais grossas. Segundo o especialista, é preciso fazer valer a lei e respeitar a distância prevista para as construções ao longo da orla, que variam de 50 a 200 metros do mar. Em grande parte da orla brasileira essa distância não é respeitada e os impactos do mar são visíveis a cada ano que passa.

Muehe acrescentou em seu estudo que já existem algumas praias no mundo em que a areia é reposta anualmente. No entender do pesquisador, no Brasil essas ações precisam ser intensificadas e coordenadas de forma mais eficiente e objetiva e pouca coisa está sendo feita nesse sentido.


Fotos: Os efeitos do avanço do mar são notáveis nestas duas imagens. O hotel mostrado, localizado na Orla de João Pessoa, na Paraíba, ainda não sofria com a elevação do nível do oceano quando foi concluído em 1971. Com o passar dos anos, o avanço do mar atingiu a construção e pode no futuro obrigar a desativação do local ou até mesmo sua remoção. Crédito: Apolo11.com
Disponível em: http://www.profissaomestre.com.br/php/verMateria.php?cod=4847

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Umidade relativa do ar

Nos últimos dias várias notícias nos informaram sobre a baixa umidade relativa do ar em cidades do Centro-Oeste e em São Paulo. Mas afinal, quando a umidade é considerada baixa? quais os riscos à saúde nesse caso?

A OMS recomenda que o nível mínimo da umidade relativa do ar é de 30%. Abaixo disso pode causar problemas à saúde, que pioram ainda mais quando a baixa umidade é associada à poluição.

Os problemas mais comuns são:

- Complicações respiratórias devido ao ressecamento de mucosas;
- Desidratação;
- Sangramento pelo nariz;
- Ressecamento da pele;
- Irritação dos olhos;
- Eletricidade estática nas pessoas e em equipamentos eletrônicos;
- Aumento do potencial de incêndios em pastagens e florestas;

Fontes: http://ricardo5150.blogspot.com/2008/09/os-perigos-da-baixa-umidade-relativa-do.html e http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI1858307-EI8139,00.html

Plantas crescem menos com aquecimento global

23/8/2010
Agência FAPESP – O aquecimento global não tem feito as plantas crescerem mais, como se estimava, mas sim menos. Segundo um estudo publicado na revista Science, a produtividade dos vegetais tem decaído em todo o mundo.
Até então, achava-se que as temperaturas constantemente mais elevadas estariam estimulando o crescimento das plantas, mas a nova pesquisa, feita com dados de satélites da Nasa, a agência espacial norte-americana, aponta o contrário.
O motivo são as secas regionais, indica o estudo feito por Maosheng Zhao e Steven Running, da Universidade de Montana, segundo o qual a tendência na produtividade já dura uma década.
A produtividade é uma medida da taxa do processo de fotossíntese que as plantas verdes usam para converter energia solar, dióxido de carbono e água em açúcar, oxigênio e no próprio tecido vegetal.
O declínio observado na última década foi de 1%. Parece pouco, mas, de acordo com os autores da pesquisa, é um sinal alarmante devido ao impacto potencial na produção de alimentos e de biocombustíveis e no ciclo global do carbono.
“Os resultados do estudo são, além de surpreendentes, significativos no nível político, uma vez que interpretações anteriores indicaram que o aquecimento global estaria ajudando no crescimento das plantas mundialmente”, disse Running.
Em 2003, outro artigo publicado na Science, de Ramakrishna Nemani, do Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, e colegas, havia apontado um aumento de 6% na produtividade global de plantas terrestres entre 1982 e 1999.
O aumento foi justificado por condições favoráveis na temperatura, radiação solar e disponibilidade de água, influenciados pelo aquecimento global, que seriam favoráveis ao crescimento vegetal.
Zhao e Running decidiram fazer novo estudo, a partir de dados da última década reunidos pelo satélite Terra, lançado em 1999. Os cientistas esperavam pela continuidade da tendência anterior, mas verificaram que o impacto negativo das secas regionais superou a influência positiva de uma estação de crescimento mais longa, o que levou ao declínio na produtividade.
Segundo o estudo, embora as temperaturas mais elevadas continuem a aumentar a produtividade em algumas áreas e latitudes mais altas, nas florestas tropicais, responsáveis por grande parte da matéria vegetal terrestre, a elevação nas temperaturas tem diminuido a produtividade, devido ao estresse hídrico e à respiração vegetal, que retorna carbono à atmosfera.
O artigo Drought-Induced Reduction in Global Terrestrial Net Primary Production from 2000 Through 2009 (doi:10.1126/science.1192666), de Maosheng Zhao e Steven Running, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

Texto retirado do site da Agência Fapesp, disponível em: http://www.agencia.fapesp.br/materia/12666/divulgacao-cientifica/plantas-crescem-menos-com-aquecimento-global.htm

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ondas podem se tornar principal fonte de energia australiana

Postado em 18/08/2010 ás 11h04


Parque das Ondas de Aguçadoura - Portugal
O governo australiano estipulou prazo de dez anos para que 20% da produção de energia do país sejam provenientes de fontes renováveis. Para alcançar esse objetivo, cientistas estudam a possibilidade de obter energia através das ondas da costa sul do país.
As pesquisas realizadas pelos oceanógrafos, Mark Hemer e David Griffin, mostram que essa estratégia poderia gerar três vezes a quantidade de energia necessária para suprir a demanda de toda a Austrália. Atualmente, a principal fonte de energia dos australianos é o carvão, que apesar de ser barato, polui muito e contribui para colocar o país entre os principais poluidores do mundo.
O principal foco de investimentos governamentais deve ser a produção de energia eólica, que é obtida a partir da força dos ventos. Mesmo assim, estão sendo desenvolvidas estratégias de medição e diferentes maneiras de aproveitar toda a capacidade energética oferecida pelas ondas do mar.
O modelo de capitação que está sendo estudado para o sul da Austrália já existe em Portugal. O Parque das Ondas de Aguçadoura foi o primeiro parque mundial de aproveitamento da energia das ondas. Construído em 2008, ele é capaz de produzir 2,25 megawatts, potencial muito abaixo da capacidade de 146 gigawatts estimada pelos cientistas para a costa sul da Austrália.
Hemer e Griffin usaram complexos modelos de computador para mapear a força das ondas perto da costa. Com base nas pesquisas, a dupla de cientistas acredita que seja possível alcançar a meta governamental usando apenas 10% da capacidade da energia das ondas.
Entre as vantagens das ondas está o fato de o aproveitamento ser feito 24 horas por dia, diferente da energia eólica ou solar, que são limitadas e determinados espaços de tempo. Porém, como ponto negativo está a dificuldade de conexão de energia entre as áreas costeiras e as regiões mais distantes. A dificuldade é acentuada quando consideramos que a Austrália é o sexto maior país, em área total, do mundo.
Com informações do Estadão

Disponível em Ciclo Vivo: http://ciclovivo.com.br/noticia.php/892/ondas_podem_se_tornar_principal_fonte_de_energia_australiana/

As ameaças aos pampas

material muito interessante sobre os problemas enfrentados pelos pampas gaúchos.

Disponível em: O Eco: http://www.oeco.com.br/reportagens/24268-as-ameacas-ao-pampa

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Viagem ao centro da Terra

Discovery Brasil

Muito legais os infográficos e infovídeos da Discovery Brasil. Recomendo!

www.discoverybrasil.com

Tornado em 3D - Discovery

Como você pode ver no vídeo, 70% dos tornados ocorrem nos Estados Unidos. Mas e os outros 30%? Com exceção dos polos, manifestações deste fenômeno tem sido observadas em todo o mundo. Os tornados costumam se formar no noroeste e sudeste da Europa, no sul da África, no centro e no leste da América do Sul, no centro-sudeste da Ásia, e também no oeste e sudeste da Austrália e Nova Zelândia.

Agora, graças à tecnologia, você também pode apreciar os tornados sem correr nenhum risco.  Já ensinamos você a fabricar óculos 3D e, com eles, você poderá assistir aos nossos vídeos de tornados sem voar do sofá.

Falando nisso, você sabe como se proteger de um tornado? Se você não dispõe de um abrigo subterrâneo, use o cômodo localizado na parte mais afastada; o canto oposto à direção em que se move o tornado é o lugar mais recomendado.

O lugar onde você definitivamente NÃO deve ficar é o epicentro do tornado, já que as chances de sobrevivência são praticamente nulas devido à força destes impressionantes fenômenos da natureza. Somente no epicentro do nosso tornado em 360º é que você se sentirá a salvo. Use o mouse para se mover pelo interior do tornado e observe a assombrosa destruição à sua volta de um lugar privilegiado.

Disponível em http://www.discoverybrasil.com/experiencia/contenidos/tornados_3D/

tornado 3D

domingo, 15 de agosto de 2010

Biomas terrestres

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Chuva de meteoros 3

A Nasa - agência espacial americana - começou a avaliar os riscos para satélites e naves espaciais em órbita da Terra, como a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), devido a uma poderosa chuva de meteoros que deve atingir o planeta em 8 de outubro de 2011. O fenômeno ocorre no outono do hemisfério norte, vai durar sete horas e deverá ser especialmente violento.
A Nasa pode, inclusive, redirecionar a ISS. William Cooke, do Marshall Space Flight Center (Huntsville, Alabama), ligado à agência espacial, disse que os especialistas preveem uma grande chuva e esperam um pico de várias centenas de meteoros por hora.
Duas outras chuvas fortes ocorreram em 1985 e 1998, mas não causaram problemas nos satélites e naves em órbita. Desta vez, a probabilidade de problemas também não é alta. No entanto, Cooke diz que a prevenção é importante e que a próxima tempestade não deve ser ignorada.
Segundo Cooke, a ISS tem um escudo contra as rochas do espaço e, se necessário, pode ser redirecionada. O mesmo se aplica ao telescópio Hubble. O cientista incentiva programadores a determinar se é necessário preparar estratégias de defesa. "Se um meteoro esporádico atinge você, é má sorte. Se isso ocorre durante uma chuva de meteoros, é negligência", diz o cientista.

Fonte: Terra  http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4504768-EI301,00-Nasa+poderosa+chuva+de+meteoros+pode+atingir+a+Terra+em.html 

Chuva de meteoros 2

A chuva de meteoros dessa madrugada foi um espetáculo, mas somente no hemisfério norte. Observe as imagens lindíssimas registradas.

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/782325-chuva-de-meteoros-da-espetaculo-no-hemisferio-norte-veja-fotos.shtml

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Chuva de meteoros

Essa madrugada algumas pessoas terão a sorte de observar um dos mais bonitos fenônemos astronômicos: uma chuva de meteoros. A Terra está passando por uma zona repleta de detritos deixados por um cometa, chamado Swift-Tuttle. 
A cada 133 anos, o enorme cometa cruza o Sistema Solar e deixa para trás um rastro de poeira e detritos.Quando a Terra passa pela região, os fragmentos se chocam com a atmosfera a 140.000 mph (aproximadamente 225.000 kilômetros por hora) e se desintegram em explosões de luz.A zona de detritos deixada pelo cometa é tão larga que a Terra passa semanas dentro dela. 
Mas você sabia que chuvas de meteoros acontecem todos os anos? 

JOSÉ ROBERTO V. COSTA
O CÉU ESTÁ LIMPO. As estrelas, mesmo as mais fracas, brilham com vigor. Você está longe da cidade. De repente, uma estria luminosa cruza o céu velozmente, numa fração de segundo.

Você espera ouvir um estrondo vindo de não muito longe, mas antes que possa apurar os ouvidos, outra ainda mais bela surge. Logo aparecem duas de uma só vez. Parecem vir de um mesmo ponto do céu. O espetáculo dura horas.
Todos os anos acontecem as chuvas de meteoros. A maioria delas ocorre por efeito de passagens sucessivas de cometas nas proximidades da Terra. Os detritos cometários vão se alastrando por toda a extensão da órbita do cometa, bem como transversalmente a ela (veja gravura a seguir).

A Terra, porém, não atravessa todos os enxames de fragmentos deixados pelos cometas. As chuvas de meteoros ocorrem apenas nos poucos casos em que o nosso planeta intercepta esses detritos no espaço, ao longo de su órbita em torno do Sol. Isso normalmente ocorre em dias específicos.
Por que “chuva de meteoros”?
TODAS AS NOITES PODEMOS OBSERVAR METEOROS esporádicos. O termo “chuva” aparece quando se observa vários meteoros num dado intervalo de tempo, permitindo deduzir uma taxa horária. Além disso a maioria deles parece oriunda de um certo local do céu, que chamamos radiante. Normalmente as chuvas de meteoros recebem os nomes das constelações onde estão os radiantes.
Radiante da chuva Leonídas
O radiante é apenas um efeito de perspectiva. Na verdade, as partículas penetram na atmosfera terrestre em todas as direções. O radiante indica a tangente da órbita do enxame de detritos cometários que originou a chuva. O traço luminoso, característico dos meteoros, deve-se principalmente ao aquecimento do material que o constitui e a luminescência do ar atmosférico.

A seguir, as principais chuvas de meteoros de 2010. Na tabela, Data se refere pico da chuva, TaxaH é o número de meteoros esperado por hora, Ilum é a fração da Lua iluminada (quanto mais perto de 1, pior a visibilidade) e as A.R. e Dec. são, repectivamente, ascensão reta e declinação do radiante.

  Data          Nome           TaxaH   A.R.   Dec. Ilum
3/ 1/2010  Quadrantids         80   15h28m   50°  0,87          
11/ 4/2010  Virginids            5   14h04m   -9°  0,07           
21/ 4/2010  Lyrids              12   18h08m   32°  0,51           
28/ 4/2010  alpha-Scorpiids      5   16h32m  -24°  1,00           
 5/ 5/2010  eta-Aquarids        35   22h20m   -1°  0,53           
12/ 5/2010  alpha-Scorpiids      5   16h04m  -24°  0,02           
 9/ 6/2010  Ophiuchids           5   17h56m  -23°  0,08           
20/ 6/2010  Ophiuchids           5   17h20m  -20°  0,69           
 7/ 7/2010  Capricornids         5                 0,19          
15/ 7/2010  Capricornids         5   20h44m  -15°  0,22          
20/ 7/2010  alpha-Cygnids        5   21h00m   48°  0,75          
25/ 7/2010  Capricornids         5   21h00m  -15°  1,00          
28/ 7/2010  delta-Aquarids      20   22h36m  -17°  0,93          
30/ 7/2010  Piscis Australids    5   22h40m  -30°  0,80          
 2/ 8/2010  alpha-Capricornids   5   20h36m  -10°  0,53          
 6/ 8/2010  iota-Aquarids        8   22h10m  -15°  0,15          
12/ 8/2010  Perseids            75    3h04m   58°  0,11          
20/ 8/2010  alpha-Cygnids        5   21h00m   48°  0,87          
 8/ 9/2010  Piscids             10    0h36m    7°  0,00          
20/ 9/2010  Piscids              5    0h24m    0°  0,94          
13/10/2010  Piscids             ??    1h44m   14°  0,40          
22/10/2010  Orionids            25    6h24m   15°  1,00          
 3/11/2010  Taurids              8    3h44m   14°  0,08          
17/11/2010  Leonids             10   10h08m   22°  0,86          
 8/12/2010  Puppids-Velids      15    9h00m  -48°  0,11          
13/12/2010  Geminids            75    7h28m   32°  0,53          
22/12/2010  Ursids               5   14h28m   78°  0,97          
25/12/2010  Puppids-Velids      15    9h20m  -65°  0,75          
Fonte: Eric Bergman-Terrell, Astronomy Lab 2 v. 2.03, 2005.
Povos antigos acreditavam que os meteoros eram estrelas que se moviam rapidamente, ou mesmo caíam sobre a Terra, por isso até hoje eles são popularmente conhecidos por estrelas cadentes.

Raras vezes uma chuva de meteoros pode ser realmente
espetacular, como a Leonídas de 13 de novembro de 1833.
ALHA 81005, o primeiro meteorito lunar recolhido na Terra, (1983).
Meteoro e meteorito
QUANDO SE OBSERVA SOMENTE O TRAÇO LUMINOSO no céu diz-se meteoro. Porém, quando o fragmento chega a atingir a superfície trata-se de um meteorito. Um meteoro ou meteorito em potencial, que ainda vaga pelo espaço, recebe a denominação meteoróide.

A maioria dos meteoróides possui ferro e silício, entre outros elementos. Dependendo de sua densidade, velocidade e ângulo de penetração, um fragmento do tamanho de um punho já é o bastante para atravessar toda a atmosfera e chocar-se contra o solo.
Meteoritos são quentes?
FAZ SENTIDO PENSAR que os meteoróides são aquecidos pela fricção com o ar quando penetram na atmosfera terrestre. Faz sentido, mas está errado.

Pense do seguinte modo: as pastilhas cerâmicas de um ônibus espacial são extremamente delicadas. Elas esmigalhariam facilmente com a pressão de seus dedos. Se a fricção com o ar as aquecessem tanto, elas se desintegrariam e não poderiam proteger o ônibus espacial.

Mas não é a fricção que aquece os meteoritos. Quando um gás é comprimido ele se aquece. Um meteorito se movendo a 15 km/s na atmosfera comprime o ar a sua frente. O ar se aquece e se torna incandescente. Repare que isso não é fricção. O ar não está em contato com a partícula (entenda partícula como o objeto em queda e meteoro como todo o fenômeno atmosférico).

A superfície do meteoróide derrete com o calor do gás comprimido em frente a ele, num processo chamado ablação. A alta velocidade produz calor e luz, mas essa energia dissipada diminui também sua velocidade. Quando ela fica abaixo da velocidade do som a onda de choque se acaba, o calor e a ablação também. Agora o meteorito cai mais lentamente, mas em geral ainda está na alta atmosfera.

Leva vários minutos até que ele finalmente atinja o chão, e enquanto cai a rocha esfria ainda mais. Lembre-se de que ela estava no espaço e seu núcleo ainda é bastante frio. Além disso a porção derretida já foi perdida durante o início da queda.

Tudo isso junto e o resultado é que a maioria dos meteoritos estão bem frios quando atingem o chão. Alguns já foram encontrados cobertos de gelo imediatamente após sua queda. A exceção fica por conta dos grandes meteoritos, é claro. Nesse caso o impacto com o solo dissipa grande quantidade de calor, que pode permanecer no local por horas.

Fonte:
Chuva de meteoros. In: Astronomia no Zênite, Costa, J.R.V. 2003. Disponível em: http://www.zenite.nu?chuvademeteoros. Acesso em: 13 ago. 2010.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Gincana do dia do Estudante

A organização da Gincana está dando bastante trabalho, mas os alunos irão divertir-se muito amanhã. Aproveito pra desejar um Feliz dia do Estudante. Que vocês sempre mantenham acesa a vontade de aprender. Beijos!

Paisagens do mundo