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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Dicas para se dar bem na prova de geografia em vestibulares

Apesar de eu sempre falar em sala de aula, não custa ouvir outro professor destacando aspectos importantes na hora de fazer a prova de geografia.



http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2010/11/veja-dicas-para-se-dar-bem-na-prova-de-geografia.html

Fonte: G1

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Conflito entre as Coreias: ou Como os EUA Ajudaram a Coreia do Norte a obter a Bomba Atômica

É importante termos diversas opiniões para ajudar a formar a nossa. Segue abaixo uma outra visão do conflito. Agradeço ao Roberto, que fez um comentário no post anterior, pelo link ao blog Anti Nova Ordem Mundial.

Apesar do fato de que a Coreia do Sul admitiu ter disparado os primeiros tiros que levaram à retaliação da Coreia do Norte, a grande maioria da imprensa corporativa está histericamente culpando a Coreia do Norte por uma nova escalada na crise, e ao mesmo tempo esquecendo do fato que todo este fiasco foi gerado como um resultado direto da política através de duas administrações distintas dos EUA, que garantiram que o ditador Kim Jong-Il adquirisse a bomba atômica.
Como já foi exaustivamente documentado, a beligerância nuclear da Coreia do Norte foi uma criação quase que exclusivamente do governo dos EUA em que eles armaram o estado stalinista tanto direta como indiretamente através de distribuidores globais de armas sob o seu controle, nomeadamente o Dr. Abdul Qadeer Khan, conhecido também como AQ Khan. Enquanto rotularam a Coreia do Norte como parte do “eixo do mal”, o governo americano entusiasticamente financiou cada etapa de seu programa de armas nucleares.
Ambas as administrações de Clinton e de Bush desempenharam um papel fundamental em ajudar Kim Jong-Il a desenvolver a façanha nuclear da Coreia do Norte a partir de meados dos anos 1990 em diante.
Assim como com o programa de de armas biológicas e químicas de Saddam Hussein, Donald Rumsfeld desempenhou um papel fundamental para armar de Kim-Jong-Il.
Rumsfeld foi o homem que presidiu o contrato de 200 milhões de dólares para fornecer equipamentos e serviços para construção de duas estações de reatores de água leve na Coreia do Norte em janeiro de 2000, quando ele era um diretor executivo da ABB (Asea Brown Boveri). Wolfram Eberhardt, porta-voz da ABB, confirmou que Rumsfeld estava presente em quase todas as reuniões do conselho durante seu envolvimento com a empresa.
Rumsfeld apenas continuou o trabalho da administração Clinton, que em 1994 concordarou em substituir os os reatores nucleares contruídos pela própria Coreia do Norte com reatores nucleares de água leve. Os chamados “especialistas” financiados pelo governo afirmaram que os reactores de água leve não poderiam ser utilizados para fazer bombas. Isto não é verdade de acordo com Henry Sokolski, diretor do Centro Educacional de Políticas de Não-Proliferação, em Washington, que afirmou: “Reatores de Água leve (LWR) podem ser usados para produzir dezenas de bombas de plutônio na Coreia do Norte e Irã. Isto é verdade para todos os LWR – um fato deprimente que os políticos dos EUA conseguiram bloquear“.
Estes reatores são como todos os reatores, eles têm o potencial para fazer bombas. Então você pode acabar fornecendo para o pior violador nuclear os meios para adquirir as mesmas armas que nós estamos tentando evitar que eles adquiram“, disse Sokolski à rede BBC .
O Departamento de Estado dos EUA alegou que os reatores de água leve não poderiam ser usado para produzir material para bombas, mas ainda assim em 2002 conclamaram a Rússia a pôr fim à sua cooperação nuclear com o Irã, pela razão de que não queriam que o Irã fosse armado com armas de destruição em massa. Na época, a Rússia estava construindo reatores de água leve no Iran. De acordo com o Departamento de Estado, os reatores de água leve no Irã poderiam produzir material nuclear, mas por alguma razão a mesma regra não se aplica na Coreia do Norte.
Em abril de 2002, o governo Bush anunciou que iria liberar US 95 milhões de dólares do contribuintes americanos para iniciar a construção dos “inofensivos” reatores de água leve na Coreia do Norte. Bush argumentou que armar o megalomaníaco ditador Kim Jong-Il com o potencial de produzir uma centena de armas nucleares por ano, era “vital para os interesses de segurança nacional dos Estados Unidos“. Bush liberou ainda mais dinheiro em janeiro de 2003, como foi noticiado pela Bloomberg News (o artigo original da Bloomberg foi removido, no link está uma cópia). Bush liberou as verbas, apesar da surpreendente revelação, noticiada por jornais do sul-coreano, de que uma ogiva de míssil norte-coreano havia sido encontrado no Alasca.
A construção dos reatores foi finalmente suspensa, mas a Coreia do Norte teve uma fonte alternativa através da qual eles poderiam obter os segredos nucleares vitais para a construção de um arsenal de bomba atômica – o traficante internacional de armas e protegido da CIA Abdul Qadeer, vulgo AQ Khan.
Em 2004, Dr. Abdul Qadeer Khan, o pai do programa de bomba atômica do Paquistão (visto como herói em seu país), compartilhou tecnologia nuclear de através de uma rede de contrabando em todo o mundo que inclui muitas instalações na Malásia que fabricavam peças-chave para centrífugas.
O colaborador de Khan, B.S.A. Tahir, dirigia uma empresa de fachada nas cercanias de Dubai que fornecia de componentes para centrifugadoras para a Coreia do Norte.
Apesar das autoridades holandesas estarem profundamente desconfiadas das atividades de Khan, já em 1975, a CIA os impediu de prendê-lo em duas ocasiões.
O homem foi seguido por quase dez anos e, obviamente, ele era um problema sério. Mas, novamente, eu fui informado que o serviço secreto americano poderia lidar mais eficazmente com Khan“, disse o ex-primeiro-ministro holandês Ruud Lubbers. “Hague (sede do governo da Holanda) não teve a palavra final no assunto. Foi Washington que teve.
Lubbers afirmou também que Khan foi autorizado a entrar e sair da Holanda com a bênção da CIA, o que acabou permitindo que ele se tornasse o “principal vendedor de uma extensa rede internacional para a proliferação de tecnologia e conhecimento nuclear“, segundo George W. Bush, e vendesse segredos nucleares que permitiram a Coreia do Norte construisse bombas nucleares.
Lubbers suspeita que Washington permitiu as atividades de Khan porque o Paquistão era um aliado chave na luta contra os soviéticos“, relata a CFP. “Na época, o governo dos EUA financiava e armava o grupo mujahideen, do qual Osama bin Laden fazia parte. Eles foram treinados pela inteligência paquistanesa para combater as tropas soviéticas no Afeganistão”. Anwar Iqbal, correspondente para Washington do jornal paquistanês Dawn, disse a ISN Security Watch que as afirmações de Lubbers “poderiam estar corretas. Isso era parte de uma estratégia tola de longo prazo. Os EUA sabiam o Paquistão estava desenvolvendo armas nucleares, mas não se importavam, porque estas armas não seriam utilizadas contra eles. Foi um meio de intimidação contra a Índia e possivelmente contra os soviéticos.
Em setembro de 2005, verificou-se que o tribunal de Amesterdã, que condenou Khan a quatro anos de prisão em 1983, tinha perdido os arquivos judiciais pertinentes ao caso. A juiza vice-presidente, Anita Leeser, acusou a CIA de roubar os arquivos. “Algo não está certo, nós não perdemos coisas como essa assim deste jeito”, disse ela ao programa de notícias holandesa NOVA. “Eu acho desconcertante que as pessoas perdem arquivos com objetivos políticos, especialmente se isso foi feito a pedido da CIA. Isso é inédito.
Em 2005, o presidente paquistanês, Pervez Musharraf reconheceu que Khan havia fornecido centrífugas e os seus projetos para a Coreia do Norte.
Através das suas políticas para ajudar a Coreia do Norte a construir reatores de água leve, e através do protegido da CIA AQ Khan, que foi abrigado em cada passo de seu caminho enquanto ele ajudava a Coreia do Norte com os recursos para construir um arsenal nuclear, o próprio governo dos EUA é cúmplice direto em fornecer ao ditador norte-coreano Kim Jong-Il as armas nucleares que agora ameaçam usar contra a Coreia do Sul, país aliado dos EUA.
A Coreia do Norte é controlada por uma ditadura hereditária stalinista que matou de fome dois milhões de seus cidadãos para permitir a construção de um exército de milhões de homens. Alguns colocam a cifra em quatro milhões, um quarto da de toda a população daquele país. No extremo norte do país existe uma rede de gulags de trabalho forçado, onde as pessoas que ousam expressar quaisquer opiniões políticas, juntamente com suas famílias inteiras, são torturados, estuprados e executados. Terríveis experiências bio-químicas são realizadas em grandes números de pessoas. Bebês nascem e, em seguida, são pisoteados até morte pelos guardas do campo. Se a mãe grita enquanto os guardas estão pisando no pescoço do bebê, ela é imediatamente assassinada por um pelotão de fuzilamento. Estes guardas são premiados com bônus e promoções por arrancarem os olhos dos prisioneiros.
O povo norte-coreano é escravizado por um governo que está usando a comida como uma arma. Talvez seja por isso que a União européia e os Estados Unidos, através do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas, retomou o envio de centenas de milhares de toneladas de ajuda alimentar ao final de fevereiro de 2003. Isso vai diretamente para a ditadura, que decide então quem deve receber os alimentos pelo seu grau de fidelidade ao Estado. A ajuda alimentar apenas aumenta o poder de Kim Jong-Il e isto ainda é velado pela ONU em uma sentimental retórica humanitária.
O presidente Bush afirmou publicamente que abominava Kim Jong-Il, e mesmo assim a sua administração, assim como Bill Clinton antes dele, definiu uma política de ajuda que permitiu a Coreia do Norte obtivesse tecnologia nuclear. A rede de inteligência dos EUA também protegeu AQ Khan e permitiu que este proporcionasse os meios com os quais a Coreia do Norte adquiriu a sua capacidade nuclear.
Se as tensões entre as Coreias se transformarem em uma guerra total, não espere que a mídia corporativa americana e mundial mencione como Kim Jong-Il e seus sucessores chegaram ao ponto de ser uma ameaça tão grande, com a ajuda de armas nucleares entusiasticamente fornecidas pelo governo dos EUA e seus aliados.

 Fonte: Blog Anti Nova Ordem Mundial. Disponível em: http://blog.antinovaordemmundial.com/2010/11/conflito-entre-as-coreias-ou-como-os-eua-ajudaram-a-coreia-do-norte-a-obter-a-bomba-atomica/ Acesso em 24/11/2010.

Entenda a crise entre as duas Coreias

Saiba mais sobre incidentes recentes entre Seul e Pyongyang que elevaram a tensão na Ásia: 

BBC Brasil | 23/11/2010 11:21

A Coreia do Norte realizou disparos de artilharia contra uma ilha sul-coreana, perto da fronteira, voltando a elevar a tensão entre os dois países. A Coreia do Sul respondeu também com ataques de artilharia e colocou o seu alerta militar no nível mais alto fora de um período de guerra.
O incidente está sendo visto como o mais grave desde a Guerra da Coreia, nos anos 50, e acontece após oito meses de tensão depois do afundamento do navio de guerra sul-coreano Cheonan.
A BBC Brasil preparou uma série de perguntas e respostas sobre a crise entre as duas Coreias.
O que motivou a troca de disparos?
Ainda não se sabe o que provocou os disparos de artilharia, mas a área da fronteira marítima entre as duas Coreias já foi palco de diversos embates no passado. Antes do ataque, a Coreia do Norte havia protestado contra exercícios militares sul-coreanos que estavam sendo realizados na ilha de Yeonpyeong, onde agora vários prédios foram atingidos pela artilharia norte-coreana.
Como fica a situação entre os dois países depois do incidente?
Analistas dizem que qualquer reaproximação significativa entre Coreia do Sul e do Norte parece improvável no futuro próximo. Antes da troca de disparos, havia sinais de que o governo norte-coreano tinha a intenção de se reconciliar com o vizinho do sul. O país havia oferecido retomar o reencontro de famílias divididas, além de indicar que queria retomar negociações na área militar. Já a Coreia do Sul mandou arroz para a Coreia do Norte pela primeira vez em dois anos, para ajudar a população atingida por inundações.
Mas não houve mais nenhum avanço significativo nas relações entre os dois países. As negociações internacionais sobre o programa nuclear da Coreia do Norte continuam paradas, e a revelação no último fim de semana de que o país teria novas instalações para o enriquecimento de urânio tornou a retomada das conversas ainda menos provável.
Houve alguma razão para que a tensão entre as duas Coreias voltasse a aumentar?
Uma disputa sem resolução sobre o afundamento de um navio de guerra sul coreano neste ano deixou a relação entre os vizinhos - que permanecem tecnicamente em guerra - na pior situação em muitos anos.
Na noite do dia 26 de março de 2010, o Cheonan, um navio de guerra sul-coreano, estava deixando a ilha Baengnyeong perto da fronteira marítima entre as duas Coreias no Mar Amarelo. Uma explosão partiu o navio em dois e ele afundou. 58 marinheiros conseguiram escapar, mas 46 foram mortos.
Investigadores cogitaram que uma mina dos tempos da Guerra da Coreia pudesse ser responsável pelo incidente ou que a explosão tivesse sido causada por algum defeito no navio, mas acabaram concluindo que foi um torpedo disparado por um submarino norte-coreano que afundou a embarcação. Eles dizem ter encontrado parte do torpedo no fundo do mar com uma inscrição atribuída à Coreia do Norte.
Qual é a posição da Coreia do Norte sobre o assunto?
A Coreia do Norte nega qualquer envolvimento no episódio. O país rechaçou a conclusão dos investigadores e pediu para conduzir sua própria investigação, o que foi negado por Seul. As possíveis razões para o ataque não foram esclarecidas, mas uma das teorias indica que o ataque poderia ter sido uma forma de Kim Jong-il conseguir o apoio do exército no momento em que ele prepara seu filho para sucedê-lo. Outras possibilidades colocam o ataque como uma ação unilateral do Exército ou ainda uma tentativa de forçar Seul a retomar antigas políticas comerciais e de auxílio ao vizinho do Norte.
Qual foi a reação internacional ao incidente com o navio?
Desde o início, Estados Unidos e Japão expressaram apoio a Seul e à declaração do Conselho de Segurança da ONU condenando a Coreia do Norte. Após a declaração, os americanos começaram a realizar uma série de exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul no Mar do Japão. Autoridades militares dos Estados Unidos dizem que os exercícios foram planejados como uma demonstração de força à Coreia do Norte. O Japão também mandou militares para observar, o que indica um suposto apoio ao treinamento.
Os Estados Unidos também anunciaram sanções bilaterais, direcionadas ao comércio de armas e à importação de bens de luxo por Pyongyang. Mas a China, o maior parceiro comercial e aliado da Coreia do Norte, tem constantemente pedido moderação. Pequim tem evitado tomar medidas duras contra a Coreia do Norte, por querer impedir que o regime do país vizinho entre em colapso, levando a uma perigosa instabilidade e a uma onda de refugiados cruzando a fronteira.

Fonte: IG - Último Segundo. Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/bbc/entenda+a+crise+entre+as+duas+coreias/n1237837002886.html. Acesso em 24/11/2010.




quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Brasil avança no novo IDH

Reformulado, Índice de Desenvolvimento Humano usa Renda Nacional Bruta em vez de PIB e apresenta novos indicadores sobre educação
do PNUD
O Brasil é o 73º no ranking de 169 nações e territórios da nova versão do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que passou por uma das maiores reformulações desde que foi criado, há 20 anos. O índice brasileiro, de 0,699, situa o país entre os de alto desenvolvimento humano e é maior que a média mundial (0,624). Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano, o resultado é parecido com o do conjunto de países da América Latina e Caribe (0,704).

Em razão da mudança de metodologia, não se pode comparar o novo IDH com os índices divulgados em relatórios anteriores. Mas seguindo a nova metodologia, em comparação com os dados recalculados para 2009, o IDH do Brasil mostra uma evolução de quatro posições. O documento, intitulado A verdadeira riqueza das nações: caminhos para o desenvolvimento humano, foi divulgado nesta quinta-feira em Nova York.

A lista é encabeçada pela Noruega (0,938), seguida de Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Irlanda. A última posição é ocupada por Zimbábue (0,140), superado por República Democrática do Congo, Níger, Burundi e Moçambique. O Brasil está logo acima de Geórgia (74º), Venezuela (75º), Armênia (76º) e Equador (77º), e abaixo de Ilhas Maurício (72º), Macedônia (71º), Irã (70º), Ucrânia (69º) e Bósnia-Herzegóvina (68º).
O índice manteve suas características principais — varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento humano) e engloba três aspectos essenciais do desenvolvimento humano: conhecimento (medido por indicadores de educação), saúde (medida pela longevidade) e padrão de vida digno (medido pela renda). Assim, conserva a premissa que norteou sua criação em 1990: o progresso deve ser mensurado não apenas pelo crescimento econômico, mas também por conquistas em saúde e educação.
Para o 20º aniversário da publicação, foram introduzidas mudanças nos indicadores de renda e educação e no cálculo final (leia mais abaixo o texto “As mudanças na metodologia do IDH”). A reformulação resultou em aprimoramento, mas implicou uma redução no número de países e territórios abrangidos: 15 (incluindo Cuba, Omã e Líbano) saíram da lista por não disporem de informações verificáveis para pelo menos um dos quatro indicadores usados no índice.
Dos três subíndices que compõem o IDH, apenas o de longevidade não passou por alterações: continua sendo medido pela expectativa de vida ao nascer. No subíndice de renda, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita foi substituído pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, que contabiliza a renda conquistada pelos residentes de um país, incluindo fluxos internacionais, como remessas vindas do exterior e ajuda internacional, e excluindo a renda gerada no país, mas repatriada ao exterior. Ou seja, a RNB traz um retrato mais preciso do bem-estar econômico das pessoas de um país. No subíndice de educação, houve mudanças nos dois indicadores. Sai a taxa de analfabetismo, entra a média de anos de estudo da população adulta; para averiguar as condições da população em idade escolar, em vez da taxa bruta de matrícula passa a ser usado o número esperado de anos de estudos.




Evolução recente
Esta não é a primeira vez que o IDH passa por mudanças — a disponibilidade de novos dados e as sugestões de alguns críticos fizeram com que o índice se adaptasse ao longo das últimas duas décadas. Porém, a fim de possibilitar que sejam verificadas tendências no desenvolvimento humano, a equipe responsável pelo relatório usou a nova metodologia não só para calcular o IDH de 2010, mas também o de 2009 e de outros seis anos de referência: 1980, 1985, 1990, 1995, 2000 e 2005. Para o Brasil, há dados completos desde 2000.
Desde aquele ano, o IDH brasileiro teve um ganho de 7,6% (73ª maior variação numa lista de 137 países). O progresso foi mais rápido que o latino-americano (6,6%) e mais lento que o global (9,3%). De 2005 para cá, a alta foi de 3,1% (92º mais veloz em uma lista de 169 países e territórios). De 2009 para 2010, o aumento foi de 0,8%, o 53º mais elevado entre 169 países.
Na última década, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou 2,7 anos, a média de escolaridade cresceu 1,7 ano e os anos de escolaridade esperada recuaram em 0,8 ano. A renda nacional bruta teve alta de 27% no período.



Em comparação com países que estavam em nível semelhante de desenvolvimento em 2000 — os quatro logo acima e os quatro logo abaixo no ranking do IDH —, o Brasil saiu-se como um dos melhores. Se há dez anos era o quinto nesse grupo de nove nações, agora é o terceiro. O grande salto, porém, foi da Ucrânia, que registrava índice semelhante ao brasileiro em 2000, e em 2010 é o país com maior IDH desse conjunto.



As alterações foram pequenas para os países da América Latina ao longo da última década. Chile, Argentina e Uruguai mantêm-se no topo do IDH desse grupo, seguido de México e Peru. Bolívia e Paraguai ainda registram os índices mais baixos. Nas posições intermediárias, estiveram Colômbia, que acelerou menos entre 2000 e 2010, Equador, Venezuela e Brasil. O indicador brasileiro era o sexto no início do período, chegou a ser superado pelo venezuelano em 2009, mas neste ano voltou à sexta colocação.



As mudanças na metodologia do IDH
Os pilares do IDH não foram alterados: o índice varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior) e engloba três dimensões fundamentais do desenvolvimento humano: conhecimento (mensurado por indicadores de educação), saúde (medida pela longevidade) e padrão de vida digno (medido pela renda). Mas houve modificação em alguns indicadores e no cálculo final do índice.
Subíndice de longevidade
Não mudou: continua sendo medido pela expectativa de vida ao nascer.
Subíndice de educação
É o único que engloba dois indicadores, e ambos foram alterados. Sai a taxa de alfabetização, entra a média de anos de estudo da população adulta (25 anos ou mais). Para averiguar as condições da população em idade escolar, em vez de taxa bruta de matrícula passa a ser usado o número esperado de anos de estudos (expectativa de vida escolar, ou tempo que uma criança ficará matriculada, se os padrões atuais se mantiverem ao longo de sua vida escolar). Essas alterações foram feitas porque alguns países, sobretudo os do topo do IDH, haviam atingido níveis elevados de matrícula bruta e alfabetização — assim, esses indicadores vinham perdendo a capacidade de diferenciar o desempenho dessas nações. Na avaliação do Relatório de Desenvolvimento Humano, as novas variáveis captam melhor o conceito de educação e permitem distinguir com mais precisão a situação dos países. No entanto, assim como os indicadores anteriores, não consideram a qualidade da educação. No método antigo, a taxa de analfabetismo tinha peso 2 nesse subíndice, e a taxa de matrícula, peso 1. Agora, os dois novos indicadores têm peso semelhante.
Subíndice de renda
O PIB (Produto Interno Bruto) per capita foi substituído pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, que abrange os mesmos fatores que o PIB, mas também leva em conta recursos enviados ou recebidos do exterior — é uma maneira de captar melhor as remessas vindas de imigrantes, excluir da conta o envio de lucro para o exterior das empresas e computar a verba de ajuda humanitária recebida pelo país, por exemplo. Assim como na versão anterior usava-se o logaritmo natural do PIB per capita, agora usa-se o logaritmo natural da renda. Também foi mantido o modo como os valores são expressos: em dólar corrigido pela paridade do poder de compra (PPC), que leva em conta a variação do custo de vida entre os países.
Normalização dos subíndices
Para poder comparar indicadores diferentes (a renda é expressa em dólares, a expectativa em anos, por exemplo), cada subíndice é transformado numa escala de 0 a 1. Por isso, estabelece-se um valor máximo e mínimo para cada indicador. Até o relatório do ano passado, os níveis máximos eram fixados pelo próprio RDH; neste, foram usados os valores máximos verificados na série de dados (desde 1980). Com isso elimina-se a arbitrariedade na escolha desses níveis máximos e mínimos.
Atualização dos dados
Até o ano passado, o IDH sempre trabalhava com indicadores de dois anos anteriores à publicação do relatório. O RDH 2009, portanto, trazia um IDH que refletia a situação de 2007. No RDH 2010, são usados alguns valores e projeções do próprio ano de 2010. Há dados disponíveis para este ano referentes à expectativa de vida e à média de anos de estudo. Para a renda nacional bruta, foram feitas estimativas aplicando-se os dados mais recentes do Banco Mundial às projeções de crescimento feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). No número de anos esperados de escolaridade, foi utilizado o dado mais recente disponível.
Cálculo
Até a edição de 2009, o IDH era calculado como a média simples dos três subíndices (somava-se os três e dividia-se o resultado por três). A partir deste relatório, recorre-se à média geométrica: multiplicam-se os três subíndices e calcula-se a raiz cúbica do resultado (um número que, multiplicado três vezes por ele mesmo, é igual ao resultado da multiplicação). Antes, um desempenho baixo em uma dimensão poderia ser diretamente compensado por um desempenho melhor em outra. Com o novo cálculo, essa compensação perde força — um valor ruim em um dos subíndices tem impacto maior em todo o índice. Além disso, a metodologia permite que 1% de queda na expectativa de vida, por exemplo, tenha o mesmo impacto que 1% de queda na renda ou na educação.
Nível de desenvolvimento humano
O Relatório de Desenvolvimento Humano deixa de classificar o nível de desenvolvimento de acordo com valores fixos e passa a utilizar uma classificação relativa. A lista de países é dividida em quatro partes semelhantes. Os 25% com maior IDH são os de desenvolvimento humano muito alto, o quartil seguinte representa os de alto desenvolvimento, o terceiro grupo é o de médio e os 25% piores, os de baixo desenvolvimento humano.



PNUD 2010: ranking de IDH

Confira novo ranking do Índice de Desenvolvimento Humano

Veja a lista de 169 países e territórios, classificados segundo o Índice de Desenvolvimento Humano calculado com dados relativos a 2010
PosiçãoPaísValor do IDH 2010
Desenvolvimento humano muito alto
1Noruega0.938
2Austrália0.937
3Nova Zelândia0.907
4Estados Unidos0.902
5Irlanda0.895
6Liechtenstein0.891
7Holanda0.890
8Canadá0.888
9Suécia0.885
10Alemanha0.885
11Japão0.884
12Coreia do Sul0.877
13Suíça0.874
14França0.872
15Israel0.872
16Finlândia0.871
17Islândia0.869
18Bélgica0.867
19Dinamarca0.866
20Espanha0.863
21Hong Kong, China (RAE)0.862
22Grécia0.855
23Itália0.854
24Luxemburgo0.852
25Áustria0.851
26Reino Unido0.849
27Singapura0.846
28República Tcheca0.841
29Eslovênia0.828
30Andorra0.824
31Eslováquia0.818
32Emirados Árabes Unidos0.815
33Malta0.815
34Estônia0.812
35Chipre0.810
36Hungria0.805
37Brunei0.805
38Qatar0.803
39Bahrein0.801
40Portugal0.795
41Polônia0.795
42Barbados0.788
Desenvolvimento humano alto
43Bahamas0.784
44Lituânia0.783
45Chile0.783
46Argentina0.775
47Kuait0.771
48Letônia0.769
49Montenegro0.769
50Romênia0.767
51Croácia0.767
52Uruguai0.765
53Líbia0.755
54Panamá0.755
55Arábia Saudita0.752
56México0.750
57Malásia0.744
58Bulgária0.743
59Trinidad e Tobago0.736
60Sérvia0.735
61Belarus0.732
62Costa Rica0.725
63Peru0.723
64Albânia0.719
65Rússia0.719
66Cazaquistão0.714
67Azerbaijão0.713
68Bósnia-Herzegóvina0.710
69Ucrânia0.710
70Irã0.702
71Macedônia0.701
72Maurício0.701
73Brasil0.699
74Geórgia0.698
75Venezuela0.696
76Armênia0.695
77Equador0.695
78Belize0.694
79Colômbia0.689
80Jamaica0.688
81Tunísia0.683
82Jordânia0.681
83Turquia0.679
84Argélia0.677
85Tonga0.677
Desenvolvimento humano médio
86Fiji0.669
87Turcomenistão0.669
88República Domenicana0.663
89China0.663
90El Salvador0.659
91Sri Lanka0.658
92Tailândia0.654
93Gabão0.648
94Suriname0.646
95Bolívia0.643
96Paraguai0.640
97Filipinas0.638
98Botsuana0.633
99Moldova0.623
100Mongólia0.622
101Egito0.620
102Uzbequistão0.617
103Micronésia0.614
104Guiana0.611
105Namíbia0.606
106Honduras0.604
107Maldivas0.602
108Indonésia0.600
109Quirguistão0.598
110África do Sul0.597
111Síria0.589
112Tadjiquistão0.580
113Vietnã0.572
114Marrocos0.567
115Nicarágua0.565
116Guatemala0.560
117Guiné Equatorial0.538
118Cabo Verde0.534
119Índia0.519
120Timor-Leste0.502
121Suazilândia0.498
122Laos0.497
123Ilhas Salomão0.494
124Camboja0.494
125Paquistão0.490
126Congo0.489
127São Tomé e Príncipe0.488
Desenvolvimento humano baixo
128Quênia0.470
129Bangladesh0.469
130Gana0.467
131Camarões0.460
132Mianmar0.451
133Iêmen0.439
134Benin0.435
135Madagáscar0.435
136Mauritânia0.433
137Papua-Nova Guiné0.431
138Nepal0.428
139Togo0.428
140Ilhas Comores0.428
141Lesoto0.427
142Nigéria0.423
143Uganda0.422
144Senegal0.411
145Haiti0.404
146Angola0.403
147Djibuti0.402
148Tanzânia0.398
149Costa do Marfim0.397
150Zâmbia0.395
151Gâmbia0.390
152Ruanda0.385
153Maláui0.385
154Sudão0.379
155Afeganistão0.349
156Guiné0.340
157Etiópia0.328
158Serra Leoa0.317
159República Centro-Africana0.315
160Mali0.309
161Burkina Fasso0.305
162Libéria0.300
163Chade0.295
164Guiné-Bissau0.289
165Moçambique0.284
166Burundi0.282
167Níger0.261
168República Democrática do Congo0.239
169Zimbábue0.140




Desenvolvidos

OCDE0.879

Não-OCDE0.844

Em desenvolvimento

Estados Árabes0.588

Leste asiático e Pacífico0.643

Europa e Ásia Central0.702

América Latina e Caribe0.704

Sul da Ásia0.516

África Subsaariana0.389




Desenvolvimento humano muito alto0.878

Desenvolvimento humano alto0.717

Desenvolvimento humano médio0.592

Desenvolvimento humano baixo0.393




Países menos desenvolvidos0.386




Mundo0.624



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Enem 2010: é preciso saber conteúdos, além de interpretar e compreender fenômenos

Menos conteúdo, mais compreensão. A tônica das questões do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é diferente dos vestibulares que focam em conteúdos. Para todas as áreas de conhecimento abordadas, a prova busca avaliar o domínio de linguagens, compreensão de fenômenos, resolução de situações-problema, construção de argumentos e elaboração de propostas.
"O Enem avalia as competências que o aluno adquiriu durante sua vida escolar, não depende de ter gigantesco conhecimento das matérias", explica Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do Curso e Colégio Objetivo
Ela orienta os estudantes a não ter preocupação, ao se depararem com uma parte de uma matéria que não sabem, pois o maior cuidado é compreender a pergunta. "Muitas questões trazem a resposta no próprio enunciado", afirma o coordenador de vestibular do Anglo, Alberto Francisco do Nascimento.
O foco em interpretação de texto e compreensão de fenômenos não se dão sobre conteúdos aleatórios e não isentam os alunos do conhecimento das disciplinas. “Apesar da sistemática diferente de elaborar questões, tem que saber física, química, biologia, matemática, língua portuguesa, todas as matérias”, diz Nascimento, do Anglo.
A contextualização é outra marca do Enem. Assuntos do cotidiano estão presentes nas questões, o que acaba tornando muitas delas interdisciplinares.
Tendo em vista este perfil da prova, confira os conteúdos e características mais prováveis das principais disciplinas das provas do Enem. Os tópicos foram citados pelo coordenador geral do Curso e Colégio Etapa, Edmilson Motta, e pelos professores Daniel Teodoro e Simone Goh, do cursinho Universitário.
Provas do primeiro dia:
Química: a chamada “química do sistema produtivo”, que está relacionada a energia, combustíveis, água, aquecimento global, lixo. Foco na parte conceitual em detrimento de cálculos.
Física: o grande tema é energia, com subtemas como conservação e utilização de energia, por ser um assunto muito discutido na mídia e nas Ciências. Parte conceitual e com muitas contas.
Biologia: ecologia, evolução e parasitose.
História: prova baseada em interpretação de texto e história contemporânea. No ano passado, das 28 questões, 21 tinham esse perfil.
Geografia: é a matéria interdisciplinar por excelência, aparece associada a conteúdos de outras áreas. Quando está mais focada, abrange geografia física e do Brasil, além de cartografia, por estar relacionada à interpretação de mapas. Geografia do mundo é rara no Enem.
 
Provas do segundo dia:
Português: literatura e gramática sempre por meio de textos, forte exigência de leitura. As obras literárias são mencionadas com propósito de engajamento social, de modo que são abordadas as grandes correntes como modernismo, romantismo e realismo. A gramática aparece relacionada à leitura dos diferentes gêneros, desde os clássicos até os contemporâneos, como um fragmento de bate-papo pela internet. O objetivo é extrair entendimento da língua que o estudante pratica.
Inglês ou espanhol: a prova deve ser baseada em texto, com foco em vocabulário e não em gramática.
*Atenção: como esta é a primeira vez que o Enem inclui língua estrangeira, o formato da avaliação ainda é surpresa.
Artes: história da arte, correntes artísticas, dentro do contexto da interpretação de textos. Possibilidade de diferentes códigos para compreensão, como charge, quadrinhos, pintura, peças de publicidade.
Matemática: geometria básica – áreas de figuras planas e suas relações, volume de figuras espaciais e suas relações, porcentagem, análise combinatória, probabilidade, estatística (básica), interpretação de tabelas, razão e proporção. São temas adequados à contextualização, que é a característica do Enem.
Redação: Temas de cunho social predominam. Assuntos existencialistas não são típicos do Enem, mas nada impede que sejam propostos. É apresentada uma questão para a qual o candidato deve apresentar uma solução. Não precisa ser uma resposta fechada, desde que mantenha coerência.
* Uma dica é procurar se informar, com antecedência, do peso que a redação tem nos vestibulares em que o aluno está inscrito. Para alguns processos seletivos, a redação do Enem não conta. Portanto, se este for seu caso, tente se programar para dedicar menos tempo e esforços na redação. Mas não deixe de fazê-la da melhor forma que puder!

Fonte: UOL Educação Disponível em http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/10/29/os-conteudos-do-enem.jhtm Acesso em 01/11/2010

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