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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Brasil avança no novo IDH

Reformulado, Índice de Desenvolvimento Humano usa Renda Nacional Bruta em vez de PIB e apresenta novos indicadores sobre educação
do PNUD
O Brasil é o 73º no ranking de 169 nações e territórios da nova versão do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que passou por uma das maiores reformulações desde que foi criado, há 20 anos. O índice brasileiro, de 0,699, situa o país entre os de alto desenvolvimento humano e é maior que a média mundial (0,624). Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano, o resultado é parecido com o do conjunto de países da América Latina e Caribe (0,704).

Em razão da mudança de metodologia, não se pode comparar o novo IDH com os índices divulgados em relatórios anteriores. Mas seguindo a nova metodologia, em comparação com os dados recalculados para 2009, o IDH do Brasil mostra uma evolução de quatro posições. O documento, intitulado A verdadeira riqueza das nações: caminhos para o desenvolvimento humano, foi divulgado nesta quinta-feira em Nova York.

A lista é encabeçada pela Noruega (0,938), seguida de Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Irlanda. A última posição é ocupada por Zimbábue (0,140), superado por República Democrática do Congo, Níger, Burundi e Moçambique. O Brasil está logo acima de Geórgia (74º), Venezuela (75º), Armênia (76º) e Equador (77º), e abaixo de Ilhas Maurício (72º), Macedônia (71º), Irã (70º), Ucrânia (69º) e Bósnia-Herzegóvina (68º).
O índice manteve suas características principais — varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento humano) e engloba três aspectos essenciais do desenvolvimento humano: conhecimento (medido por indicadores de educação), saúde (medida pela longevidade) e padrão de vida digno (medido pela renda). Assim, conserva a premissa que norteou sua criação em 1990: o progresso deve ser mensurado não apenas pelo crescimento econômico, mas também por conquistas em saúde e educação.
Para o 20º aniversário da publicação, foram introduzidas mudanças nos indicadores de renda e educação e no cálculo final (leia mais abaixo o texto “As mudanças na metodologia do IDH”). A reformulação resultou em aprimoramento, mas implicou uma redução no número de países e territórios abrangidos: 15 (incluindo Cuba, Omã e Líbano) saíram da lista por não disporem de informações verificáveis para pelo menos um dos quatro indicadores usados no índice.
Dos três subíndices que compõem o IDH, apenas o de longevidade não passou por alterações: continua sendo medido pela expectativa de vida ao nascer. No subíndice de renda, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita foi substituído pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, que contabiliza a renda conquistada pelos residentes de um país, incluindo fluxos internacionais, como remessas vindas do exterior e ajuda internacional, e excluindo a renda gerada no país, mas repatriada ao exterior. Ou seja, a RNB traz um retrato mais preciso do bem-estar econômico das pessoas de um país. No subíndice de educação, houve mudanças nos dois indicadores. Sai a taxa de analfabetismo, entra a média de anos de estudo da população adulta; para averiguar as condições da população em idade escolar, em vez da taxa bruta de matrícula passa a ser usado o número esperado de anos de estudos.




Evolução recente
Esta não é a primeira vez que o IDH passa por mudanças — a disponibilidade de novos dados e as sugestões de alguns críticos fizeram com que o índice se adaptasse ao longo das últimas duas décadas. Porém, a fim de possibilitar que sejam verificadas tendências no desenvolvimento humano, a equipe responsável pelo relatório usou a nova metodologia não só para calcular o IDH de 2010, mas também o de 2009 e de outros seis anos de referência: 1980, 1985, 1990, 1995, 2000 e 2005. Para o Brasil, há dados completos desde 2000.
Desde aquele ano, o IDH brasileiro teve um ganho de 7,6% (73ª maior variação numa lista de 137 países). O progresso foi mais rápido que o latino-americano (6,6%) e mais lento que o global (9,3%). De 2005 para cá, a alta foi de 3,1% (92º mais veloz em uma lista de 169 países e territórios). De 2009 para 2010, o aumento foi de 0,8%, o 53º mais elevado entre 169 países.
Na última década, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou 2,7 anos, a média de escolaridade cresceu 1,7 ano e os anos de escolaridade esperada recuaram em 0,8 ano. A renda nacional bruta teve alta de 27% no período.



Em comparação com países que estavam em nível semelhante de desenvolvimento em 2000 — os quatro logo acima e os quatro logo abaixo no ranking do IDH —, o Brasil saiu-se como um dos melhores. Se há dez anos era o quinto nesse grupo de nove nações, agora é o terceiro. O grande salto, porém, foi da Ucrânia, que registrava índice semelhante ao brasileiro em 2000, e em 2010 é o país com maior IDH desse conjunto.



As alterações foram pequenas para os países da América Latina ao longo da última década. Chile, Argentina e Uruguai mantêm-se no topo do IDH desse grupo, seguido de México e Peru. Bolívia e Paraguai ainda registram os índices mais baixos. Nas posições intermediárias, estiveram Colômbia, que acelerou menos entre 2000 e 2010, Equador, Venezuela e Brasil. O indicador brasileiro era o sexto no início do período, chegou a ser superado pelo venezuelano em 2009, mas neste ano voltou à sexta colocação.



As mudanças na metodologia do IDH
Os pilares do IDH não foram alterados: o índice varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior) e engloba três dimensões fundamentais do desenvolvimento humano: conhecimento (mensurado por indicadores de educação), saúde (medida pela longevidade) e padrão de vida digno (medido pela renda). Mas houve modificação em alguns indicadores e no cálculo final do índice.
Subíndice de longevidade
Não mudou: continua sendo medido pela expectativa de vida ao nascer.
Subíndice de educação
É o único que engloba dois indicadores, e ambos foram alterados. Sai a taxa de alfabetização, entra a média de anos de estudo da população adulta (25 anos ou mais). Para averiguar as condições da população em idade escolar, em vez de taxa bruta de matrícula passa a ser usado o número esperado de anos de estudos (expectativa de vida escolar, ou tempo que uma criança ficará matriculada, se os padrões atuais se mantiverem ao longo de sua vida escolar). Essas alterações foram feitas porque alguns países, sobretudo os do topo do IDH, haviam atingido níveis elevados de matrícula bruta e alfabetização — assim, esses indicadores vinham perdendo a capacidade de diferenciar o desempenho dessas nações. Na avaliação do Relatório de Desenvolvimento Humano, as novas variáveis captam melhor o conceito de educação e permitem distinguir com mais precisão a situação dos países. No entanto, assim como os indicadores anteriores, não consideram a qualidade da educação. No método antigo, a taxa de analfabetismo tinha peso 2 nesse subíndice, e a taxa de matrícula, peso 1. Agora, os dois novos indicadores têm peso semelhante.
Subíndice de renda
O PIB (Produto Interno Bruto) per capita foi substituído pela Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, que abrange os mesmos fatores que o PIB, mas também leva em conta recursos enviados ou recebidos do exterior — é uma maneira de captar melhor as remessas vindas de imigrantes, excluir da conta o envio de lucro para o exterior das empresas e computar a verba de ajuda humanitária recebida pelo país, por exemplo. Assim como na versão anterior usava-se o logaritmo natural do PIB per capita, agora usa-se o logaritmo natural da renda. Também foi mantido o modo como os valores são expressos: em dólar corrigido pela paridade do poder de compra (PPC), que leva em conta a variação do custo de vida entre os países.
Normalização dos subíndices
Para poder comparar indicadores diferentes (a renda é expressa em dólares, a expectativa em anos, por exemplo), cada subíndice é transformado numa escala de 0 a 1. Por isso, estabelece-se um valor máximo e mínimo para cada indicador. Até o relatório do ano passado, os níveis máximos eram fixados pelo próprio RDH; neste, foram usados os valores máximos verificados na série de dados (desde 1980). Com isso elimina-se a arbitrariedade na escolha desses níveis máximos e mínimos.
Atualização dos dados
Até o ano passado, o IDH sempre trabalhava com indicadores de dois anos anteriores à publicação do relatório. O RDH 2009, portanto, trazia um IDH que refletia a situação de 2007. No RDH 2010, são usados alguns valores e projeções do próprio ano de 2010. Há dados disponíveis para este ano referentes à expectativa de vida e à média de anos de estudo. Para a renda nacional bruta, foram feitas estimativas aplicando-se os dados mais recentes do Banco Mundial às projeções de crescimento feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). No número de anos esperados de escolaridade, foi utilizado o dado mais recente disponível.
Cálculo
Até a edição de 2009, o IDH era calculado como a média simples dos três subíndices (somava-se os três e dividia-se o resultado por três). A partir deste relatório, recorre-se à média geométrica: multiplicam-se os três subíndices e calcula-se a raiz cúbica do resultado (um número que, multiplicado três vezes por ele mesmo, é igual ao resultado da multiplicação). Antes, um desempenho baixo em uma dimensão poderia ser diretamente compensado por um desempenho melhor em outra. Com o novo cálculo, essa compensação perde força — um valor ruim em um dos subíndices tem impacto maior em todo o índice. Além disso, a metodologia permite que 1% de queda na expectativa de vida, por exemplo, tenha o mesmo impacto que 1% de queda na renda ou na educação.
Nível de desenvolvimento humano
O Relatório de Desenvolvimento Humano deixa de classificar o nível de desenvolvimento de acordo com valores fixos e passa a utilizar uma classificação relativa. A lista de países é dividida em quatro partes semelhantes. Os 25% com maior IDH são os de desenvolvimento humano muito alto, o quartil seguinte representa os de alto desenvolvimento, o terceiro grupo é o de médio e os 25% piores, os de baixo desenvolvimento humano.



PNUD 2010: ranking de IDH

Confira novo ranking do Índice de Desenvolvimento Humano

Veja a lista de 169 países e territórios, classificados segundo o Índice de Desenvolvimento Humano calculado com dados relativos a 2010
PosiçãoPaísValor do IDH 2010
Desenvolvimento humano muito alto
1Noruega0.938
2Austrália0.937
3Nova Zelândia0.907
4Estados Unidos0.902
5Irlanda0.895
6Liechtenstein0.891
7Holanda0.890
8Canadá0.888
9Suécia0.885
10Alemanha0.885
11Japão0.884
12Coreia do Sul0.877
13Suíça0.874
14França0.872
15Israel0.872
16Finlândia0.871
17Islândia0.869
18Bélgica0.867
19Dinamarca0.866
20Espanha0.863
21Hong Kong, China (RAE)0.862
22Grécia0.855
23Itália0.854
24Luxemburgo0.852
25Áustria0.851
26Reino Unido0.849
27Singapura0.846
28República Tcheca0.841
29Eslovênia0.828
30Andorra0.824
31Eslováquia0.818
32Emirados Árabes Unidos0.815
33Malta0.815
34Estônia0.812
35Chipre0.810
36Hungria0.805
37Brunei0.805
38Qatar0.803
39Bahrein0.801
40Portugal0.795
41Polônia0.795
42Barbados0.788
Desenvolvimento humano alto
43Bahamas0.784
44Lituânia0.783
45Chile0.783
46Argentina0.775
47Kuait0.771
48Letônia0.769
49Montenegro0.769
50Romênia0.767
51Croácia0.767
52Uruguai0.765
53Líbia0.755
54Panamá0.755
55Arábia Saudita0.752
56México0.750
57Malásia0.744
58Bulgária0.743
59Trinidad e Tobago0.736
60Sérvia0.735
61Belarus0.732
62Costa Rica0.725
63Peru0.723
64Albânia0.719
65Rússia0.719
66Cazaquistão0.714
67Azerbaijão0.713
68Bósnia-Herzegóvina0.710
69Ucrânia0.710
70Irã0.702
71Macedônia0.701
72Maurício0.701
73Brasil0.699
74Geórgia0.698
75Venezuela0.696
76Armênia0.695
77Equador0.695
78Belize0.694
79Colômbia0.689
80Jamaica0.688
81Tunísia0.683
82Jordânia0.681
83Turquia0.679
84Argélia0.677
85Tonga0.677
Desenvolvimento humano médio
86Fiji0.669
87Turcomenistão0.669
88República Domenicana0.663
89China0.663
90El Salvador0.659
91Sri Lanka0.658
92Tailândia0.654
93Gabão0.648
94Suriname0.646
95Bolívia0.643
96Paraguai0.640
97Filipinas0.638
98Botsuana0.633
99Moldova0.623
100Mongólia0.622
101Egito0.620
102Uzbequistão0.617
103Micronésia0.614
104Guiana0.611
105Namíbia0.606
106Honduras0.604
107Maldivas0.602
108Indonésia0.600
109Quirguistão0.598
110África do Sul0.597
111Síria0.589
112Tadjiquistão0.580
113Vietnã0.572
114Marrocos0.567
115Nicarágua0.565
116Guatemala0.560
117Guiné Equatorial0.538
118Cabo Verde0.534
119Índia0.519
120Timor-Leste0.502
121Suazilândia0.498
122Laos0.497
123Ilhas Salomão0.494
124Camboja0.494
125Paquistão0.490
126Congo0.489
127São Tomé e Príncipe0.488
Desenvolvimento humano baixo
128Quênia0.470
129Bangladesh0.469
130Gana0.467
131Camarões0.460
132Mianmar0.451
133Iêmen0.439
134Benin0.435
135Madagáscar0.435
136Mauritânia0.433
137Papua-Nova Guiné0.431
138Nepal0.428
139Togo0.428
140Ilhas Comores0.428
141Lesoto0.427
142Nigéria0.423
143Uganda0.422
144Senegal0.411
145Haiti0.404
146Angola0.403
147Djibuti0.402
148Tanzânia0.398
149Costa do Marfim0.397
150Zâmbia0.395
151Gâmbia0.390
152Ruanda0.385
153Maláui0.385
154Sudão0.379
155Afeganistão0.349
156Guiné0.340
157Etiópia0.328
158Serra Leoa0.317
159República Centro-Africana0.315
160Mali0.309
161Burkina Fasso0.305
162Libéria0.300
163Chade0.295
164Guiné-Bissau0.289
165Moçambique0.284
166Burundi0.282
167Níger0.261
168República Democrática do Congo0.239
169Zimbábue0.140




Desenvolvidos

OCDE0.879

Não-OCDE0.844

Em desenvolvimento

Estados Árabes0.588

Leste asiático e Pacífico0.643

Europa e Ásia Central0.702

América Latina e Caribe0.704

Sul da Ásia0.516

África Subsaariana0.389




Desenvolvimento humano muito alto0.878

Desenvolvimento humano alto0.717

Desenvolvimento humano médio0.592

Desenvolvimento humano baixo0.393




Países menos desenvolvidos0.386




Mundo0.624



Paisagens do mundo