Este blog está licenciado sob os termos do Creative Commons. Clique no ícone para maiores informações. Creative Commons License
Mostrando postagens com marcador astronomia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador astronomia. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ano Bissexto

Você sabe explicar por que existe ano bissexto? Então leia a explicação do pesquisador do Observatório Nacional sobre o assunto.

Pesquisador explica a existência do ano bissexto

O acréscimo de um dia ao calendário civil é feito para compensar a defasagem de seis horas anuais decorrente do período de translação da Terra.
Este ano o mês de fevereiro terá 29 dias, pois 2012 é o chamado ano bissexto, com 366 dias. O acréscimo de um dia ao calendário a cada quatro anos é feito para compensar a defasagem dos anos anteriores, levando em conta o período de translação da Terra – aproximadamente 365 dias e 6 horas, ou precisamente 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46,08 segundos.
Anualmente há uma diferença aproximada de seis horas, que a cada quatro anos totaliza 24 horas, correspondendo, portanto, a um dia que é somado ao nosso calendário. Assim, nos anos bissextos, o mês de fevereiro tem 29 dias, ajustando o calendário civil ao calendário astronômico.
O pesquisador João Luiz Kohl Moreira, da Coordenação de Astronomia e Astrofísica do Observatório Nacional (ON), explica que os calendários são convenções para organizar a vida civil, observar as obrigações religiosas e marcar os eventos científicos.
Segundo Kohl, o ano bissexto foi introduzido pelo imperador romano Júlio César, em 45aC, com uma reforma no calendário encomendada a um astrônomo chamado Solsígenes, da Escola de Alexandria (Egito), que adotou o ano de 365 dias e 6 horas.
Atualmente, porém, a maioria dos países adota o calendário Gregoriano, estabelecido em 1582, pelo Papa Gregório XIII, que apresenta uma pequena variação em relação ao calendário Juliano. Naquele ano foram suprimidos 10 dias do mês de setembro para corrigir a diferença entre as 6 horas, definidas por aproximação, e as reais 5 horas, 48 minutos e 46,08 segundos. Nessa mudança, pelo mesmo motivo, foi definido que os finais de séculos só seriam bissextos quando divisíveis por 400.

Fonte: Observatório Nacional. Disponível em http://www.on.br/conteudo/noticias/2012/ano_bissexto.pdf Acesso em 29/02/2012

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Chuva de meteoros

Essa madrugada algumas pessoas terão a sorte de observar um dos mais bonitos fenônemos astronômicos: uma chuva de meteoros. A Terra está passando por uma zona repleta de detritos deixados por um cometa, chamado Swift-Tuttle. 
A cada 133 anos, o enorme cometa cruza o Sistema Solar e deixa para trás um rastro de poeira e detritos.Quando a Terra passa pela região, os fragmentos se chocam com a atmosfera a 140.000 mph (aproximadamente 225.000 kilômetros por hora) e se desintegram em explosões de luz.A zona de detritos deixada pelo cometa é tão larga que a Terra passa semanas dentro dela. 
Mas você sabia que chuvas de meteoros acontecem todos os anos? 

JOSÉ ROBERTO V. COSTA
O CÉU ESTÁ LIMPO. As estrelas, mesmo as mais fracas, brilham com vigor. Você está longe da cidade. De repente, uma estria luminosa cruza o céu velozmente, numa fração de segundo.

Você espera ouvir um estrondo vindo de não muito longe, mas antes que possa apurar os ouvidos, outra ainda mais bela surge. Logo aparecem duas de uma só vez. Parecem vir de um mesmo ponto do céu. O espetáculo dura horas.
Todos os anos acontecem as chuvas de meteoros. A maioria delas ocorre por efeito de passagens sucessivas de cometas nas proximidades da Terra. Os detritos cometários vão se alastrando por toda a extensão da órbita do cometa, bem como transversalmente a ela (veja gravura a seguir).

A Terra, porém, não atravessa todos os enxames de fragmentos deixados pelos cometas. As chuvas de meteoros ocorrem apenas nos poucos casos em que o nosso planeta intercepta esses detritos no espaço, ao longo de su órbita em torno do Sol. Isso normalmente ocorre em dias específicos.
Por que “chuva de meteoros”?
TODAS AS NOITES PODEMOS OBSERVAR METEOROS esporádicos. O termo “chuva” aparece quando se observa vários meteoros num dado intervalo de tempo, permitindo deduzir uma taxa horária. Além disso a maioria deles parece oriunda de um certo local do céu, que chamamos radiante. Normalmente as chuvas de meteoros recebem os nomes das constelações onde estão os radiantes.
Radiante da chuva Leonídas
O radiante é apenas um efeito de perspectiva. Na verdade, as partículas penetram na atmosfera terrestre em todas as direções. O radiante indica a tangente da órbita do enxame de detritos cometários que originou a chuva. O traço luminoso, característico dos meteoros, deve-se principalmente ao aquecimento do material que o constitui e a luminescência do ar atmosférico.

A seguir, as principais chuvas de meteoros de 2010. Na tabela, Data se refere pico da chuva, TaxaH é o número de meteoros esperado por hora, Ilum é a fração da Lua iluminada (quanto mais perto de 1, pior a visibilidade) e as A.R. e Dec. são, repectivamente, ascensão reta e declinação do radiante.

  Data          Nome           TaxaH   A.R.   Dec. Ilum
3/ 1/2010  Quadrantids         80   15h28m   50°  0,87          
11/ 4/2010  Virginids            5   14h04m   -9°  0,07           
21/ 4/2010  Lyrids              12   18h08m   32°  0,51           
28/ 4/2010  alpha-Scorpiids      5   16h32m  -24°  1,00           
 5/ 5/2010  eta-Aquarids        35   22h20m   -1°  0,53           
12/ 5/2010  alpha-Scorpiids      5   16h04m  -24°  0,02           
 9/ 6/2010  Ophiuchids           5   17h56m  -23°  0,08           
20/ 6/2010  Ophiuchids           5   17h20m  -20°  0,69           
 7/ 7/2010  Capricornids         5                 0,19          
15/ 7/2010  Capricornids         5   20h44m  -15°  0,22          
20/ 7/2010  alpha-Cygnids        5   21h00m   48°  0,75          
25/ 7/2010  Capricornids         5   21h00m  -15°  1,00          
28/ 7/2010  delta-Aquarids      20   22h36m  -17°  0,93          
30/ 7/2010  Piscis Australids    5   22h40m  -30°  0,80          
 2/ 8/2010  alpha-Capricornids   5   20h36m  -10°  0,53          
 6/ 8/2010  iota-Aquarids        8   22h10m  -15°  0,15          
12/ 8/2010  Perseids            75    3h04m   58°  0,11          
20/ 8/2010  alpha-Cygnids        5   21h00m   48°  0,87          
 8/ 9/2010  Piscids             10    0h36m    7°  0,00          
20/ 9/2010  Piscids              5    0h24m    0°  0,94          
13/10/2010  Piscids             ??    1h44m   14°  0,40          
22/10/2010  Orionids            25    6h24m   15°  1,00          
 3/11/2010  Taurids              8    3h44m   14°  0,08          
17/11/2010  Leonids             10   10h08m   22°  0,86          
 8/12/2010  Puppids-Velids      15    9h00m  -48°  0,11          
13/12/2010  Geminids            75    7h28m   32°  0,53          
22/12/2010  Ursids               5   14h28m   78°  0,97          
25/12/2010  Puppids-Velids      15    9h20m  -65°  0,75          
Fonte: Eric Bergman-Terrell, Astronomy Lab 2 v. 2.03, 2005.
Povos antigos acreditavam que os meteoros eram estrelas que se moviam rapidamente, ou mesmo caíam sobre a Terra, por isso até hoje eles são popularmente conhecidos por estrelas cadentes.

Raras vezes uma chuva de meteoros pode ser realmente
espetacular, como a Leonídas de 13 de novembro de 1833.
ALHA 81005, o primeiro meteorito lunar recolhido na Terra, (1983).
Meteoro e meteorito
QUANDO SE OBSERVA SOMENTE O TRAÇO LUMINOSO no céu diz-se meteoro. Porém, quando o fragmento chega a atingir a superfície trata-se de um meteorito. Um meteoro ou meteorito em potencial, que ainda vaga pelo espaço, recebe a denominação meteoróide.

A maioria dos meteoróides possui ferro e silício, entre outros elementos. Dependendo de sua densidade, velocidade e ângulo de penetração, um fragmento do tamanho de um punho já é o bastante para atravessar toda a atmosfera e chocar-se contra o solo.
Meteoritos são quentes?
FAZ SENTIDO PENSAR que os meteoróides são aquecidos pela fricção com o ar quando penetram na atmosfera terrestre. Faz sentido, mas está errado.

Pense do seguinte modo: as pastilhas cerâmicas de um ônibus espacial são extremamente delicadas. Elas esmigalhariam facilmente com a pressão de seus dedos. Se a fricção com o ar as aquecessem tanto, elas se desintegrariam e não poderiam proteger o ônibus espacial.

Mas não é a fricção que aquece os meteoritos. Quando um gás é comprimido ele se aquece. Um meteorito se movendo a 15 km/s na atmosfera comprime o ar a sua frente. O ar se aquece e se torna incandescente. Repare que isso não é fricção. O ar não está em contato com a partícula (entenda partícula como o objeto em queda e meteoro como todo o fenômeno atmosférico).

A superfície do meteoróide derrete com o calor do gás comprimido em frente a ele, num processo chamado ablação. A alta velocidade produz calor e luz, mas essa energia dissipada diminui também sua velocidade. Quando ela fica abaixo da velocidade do som a onda de choque se acaba, o calor e a ablação também. Agora o meteorito cai mais lentamente, mas em geral ainda está na alta atmosfera.

Leva vários minutos até que ele finalmente atinja o chão, e enquanto cai a rocha esfria ainda mais. Lembre-se de que ela estava no espaço e seu núcleo ainda é bastante frio. Além disso a porção derretida já foi perdida durante o início da queda.

Tudo isso junto e o resultado é que a maioria dos meteoritos estão bem frios quando atingem o chão. Alguns já foram encontrados cobertos de gelo imediatamente após sua queda. A exceção fica por conta dos grandes meteoritos, é claro. Nesse caso o impacto com o solo dissipa grande quantidade de calor, que pode permanecer no local por horas.

Fonte:
Chuva de meteoros. In: Astronomia no Zênite, Costa, J.R.V. 2003. Disponível em: http://www.zenite.nu?chuvademeteoros. Acesso em: 13 ago. 2010.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Chuva de meteoros é espetáculo do céu na próxima madrugada

Observar uma chuva de meteoros durante a madrugada é sempre uma atividade interessante e bastante aguardada pelos amantes do céu. Ver aqueles fragmentos incandescentes riscarem o firmamento não tem preço e vale à pena ficar acordado durante toda a noite. 

Na próxima madrugada, a partir das duas horas até antes do nascer do Sol da quarta-feira, os fragmentos estarão novamente cruzando o céu. Trata-se da chuva de meteoros Eta Aquarídea, formada pelo rastro de partículas deixado pela passagem do cometa Halley.
O Halley descreve uma volta ao redor do Sol a cada 76 anos e a última vez que se aproximou da Terra foi em 1986. Atualmente, o cometa Halley está bem longe da Terra, bem pra lá da órbita de Urano, mas a trilha de poeira gelada deixada por ele pode ser vista duas vezes por ano e ocorre quando nosso planeta cruza a esteira de partículas. Quando isso acontece no mês de maio a chuva é chamada Eta Aquarídea e quando acontece em outubro se chama Orionídea.
Eta Aquarídea, ou Eta de Aquário, é o nome de uma estrela de magnitude 4 da constelação de Aquário. A estrela nada tem a ver com a chuva de meteoros, exceto pelo fato de que o fenômeno parece surgir próximo à estrela. Eta de Aquário se localiza a 156 anos-luz da Terra e seu brilho é 44 vezes mais intenso que o sol.            


A chuva de meteoros acontece quando os fragmentos penetram a atmosfera da Terra. Nesse momento, o atrito com as partículas presentes na alta atmosfera é tão grande que os fragmentos gelados se incandescem. Isso ocorre a aproximadamente 100 km de altitude e produzem o típico rastro no céu.

Vendo a chuva
A chuva em Eta de Aquário ocorre entre os dias 21 de abril e 12 de maio, com seu ponto máximo entre os dias 5 e 6 de maio. Portanto, quem esteve observando os céus nestes dias pode ter presenciado alguns fragmentos. Normalmente são esperados entre 20 e 60 meteoros por hora, mas não espere um espetáculo semelhante aos fogos de artifício, principalmente nas grandes cidades e locais mais claros.

Para ver a chuva, localize a constelação de Aquário com a ajuda da carta celeste mostrada no topo da página. A chuva pode ser vista a partir das 02h00 da madrugada no quadrante Leste, aquele em que nasce o Sol.
A melhor maneira para se ver os meteoros é ir até um local escuro, sentar confortavelmente em uma cadeira reclinável e admirar o céu relaxadamente. Como as noites estão mais frias, é sempre bom ter à mão um cobertor. Os meteoros devem aparecer em qualquer local do céu, mas as trilhas deixadas por eles vão parecer apontar para Eta de Aquário.
É isso. As dicas estão dadas. Agora é só torcer os dedos para o tempo colaborar e o sono não chegar antes da hora. Bons céus a todos!

Foto: No topo, carta celeste mostra a disposição das estrelas e planetas às 03h00 da madrugada de terça para quarta-feira. Observe que nessa hora o planeta Júpiter já está alguns graus acima do horizonte e subindo. Acima vemos a representação esquemática mostrando como a Terra cruza a esteira de partículas deixada pelo cometa. Créditos: Apolo11.com 



Fonte: Apolo11 - http://www.apolo11.com/cometa_73p.php?posic=dat_20100504-082751.inc



Paisagens do mundo