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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Brasil cai no ranking global de desigualdade salarial homem x mulher

14 de outubro de 2010 |
 



Carolina Dall’Olio e Marcos Burghi

Embora tenham conquistado mais espaço no mercado de trabalho, as mulheres continuam a ganhar menos que os homens, mesmo quando ocupam cargos semelhantes. Pior: a diferença salarial entre os gêneros tem só aumentado nos últimos cinco anos. É o que mostra um levantamento do World Economic Forum.
A entidade internacional, que analisa anualmente as condições de trabalho de homens e mulheres em 134 países, revela que o Brasil vem perdendo posições no ranking de Igualdade Salarial Para Trabalhos Semelhantes. Em 2006, o País ocupava o 98º posto. Este ano, caiu para 123ª posição. Numa escala de zero (desigualdade) a um (igualdade), o Brasil recebeu a nota 0,5.
Denise Delboni, professora de relações trabalhistas da Faap, atribui a diferença a uma oferta excedente de mulheres no mercado. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a representatividade feminina entre os trabalhadores da região metropolitana de São Paulo subiu de 44,8% em 2005 para 46,2% este ano, passando de 4,1 milhões para 4,6 milhões de trabalhadoras. “Além da concorrência geral, a disputa aumenta também entre as mulheres, o que leva ao achatamento dos salários”, explica Denise.
Como muitas mulheres têm dupla jornada, isto é, precisam dar conta das atividades profissionais e dos cuidados com a família, os contratantes supõem que uma funcionária terá de se ausentar do expediente mais vezes, para levar os filhos ao médico, por exemplo, o que reflete no salário oferecido. “Como os homens geralmente se dedicam apenas ao trabalho, eles têm maior disponibilidade para reuniões e viagens, o que conta na hora da contratação e da definição do salário”, admite Denise.
Na avaliação de Janete Dias, coordenadora do departamento de Carreiras da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), a diferença salarial mostra uma contradição do mercado. “O número de mulheres com mais estudo é maior”, diz. Dados da mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), feita pelo IBGE em 2009, atestam que na região metropolitana as mulheres são 53,7% da população com mais de 15 anos de estudo, cerca de 1,02 milhão de pessoas. Os homens são 46,3% desse total, ou 874 mil profissionais. Na opinião de Janete, a diferença detectada pelas pesquisas é fruto de preconceito. “É como se as mulheres tivessem de pagar por futuros afastamentos, como no caso da maternidade”, critica. 

Fonte: Jornal da Tarde. Disponível em: http://blogs.estadao.com.br/jt-seu-bolso/brasil-cai-no-ranking-global-de-desigualdade-salarial/ Acesso em 14/10/2010

sábado, 18 de setembro de 2010

Em 2009, 41 mil mulheres relataram ter sido vítimas de violência

A Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) registrou, em 2009, por sua Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), quase 41 mil relatos de violência contra a mulher, o que representou 10,2% dos atendimentos, que incluem pedidos de informação, prestação de serviços, reclamações, sugestões e elogios. Do total de relatos de violência, cerca de 22 mil (53,9%) referiam-se à violência física e mais de 13 mil (33,2%) relatavam violência psicológica, enquanto 576 (1,4%) eram casos de violência sexual.
Vale destacar que, no Brasil, dos 5.565 municípios existentes, apenas 274 contam com atendimento judicial especializado na questão de violência doméstica e familiar contra a mulher. O maior número deles está no estado de São Paulo, com 41 municípios que contam com este serviço, seguido de Minas Gerais, com 26. Distrito Federal e Amapá não oferecem esse tipo de vara especializada. O número de município com delegacia de polícia especializada no atendimento à mulher é um pouco mais alto, 397 em todo o país, sendo 120 no estado de São Paulo e 49 em Minas Gerais. Roraima tem este tipo de unidade de segurança em apenas um município.

Entre os mais escolarizados, mulheres ganham 58% do que recebem os homens

Mesmo com maior escolaridade, as mulheres têm rendimento médio inferior ao dos homens. Em 2009, o total de mulheres ocupadas recebia cerca de 70,7% do rendimento médio dos homens ocupados. No mercado formal essa razão chegava a 74,6%, enquanto no mercado informal o diferencial era maior, e as mulheres recebiam 63,2% do rendimento médio dos homens.
A diferença era ainda maior entre os mais escolarizados: as mulheres com 12 anos ou mais de estudo recebiam, em média, 58% do rendimento dos homens com esse mesmo nível de instrução. Nas outras faixas de escolaridade, a razão era um pouco mais alta (61%). Entre 1999 e 2009, as disparidades pouco se reduziram.
O trabalho doméstico é um nicho ocupacional feminino por excelência, no qual 93% dos trabalhadores são mulheres. Em 2009, 55% delas tinham entre 25 e 44 anos, e a porcentagem de pardas era de 49,6%. Um percentual expressivo de trabalhadoras domésticas (72,8%) não possuía carteira de trabalho assinada; a média de anos de estudo era de 6,1, e o rendimento médio ficava na ordem de R$395,20.
Enquanto, em 2009, as mulheres trabalhavam em média 36,5 horas (em todos os trabalhos) semanais, para os homens a carga era de 43,9 horas. Nos trabalhos informais, a média caía a 30,7 horas para as mulheres e a 40,8 horas para os homens. Já nas ocupações formais, tanto para as mulheres (40,7 horas) quanto para os homens (44,8), a média de horas trabalhadas era maior que as 40 horas semanais.
Quando se analisa a média de horas trabalhadas por grupos de escolaridade tanto os homens quanto as mulheres com 9 a 11 anos de estudos trabalham mais do que os seus pares nos demais grupos. As mulheres com escolaridade mais baixa trabalham menos do que aquelas com mais de 12 anos de estudo, enquanto o inverso ocorre para os homens: aqueles com maior escolaridade trabalhavam menos do que os outros.
Apesar do aumento da taxa de atividade das mulheres, essas permanecem como as principais responsáveis pelas atividades domésticas e cuidados com os filhos e demais familiares. No Brasil, a média de horas gastas pelas mulheres a partir dos 16 anos de idade em afazeres domésticos é mais do que o dobro da média de horas dos homens. Em 2009, enquanto as mulheres de 16 anos ou mais de idade ocupadas gastavam em média 22,0 horas em afazeres domésticos, os homens nessas mesmas condições gastavam, em média, 9,5 horas.
A questão dos afazeres domésticos vista pela escolaridade mostra que as mulheres ocupadas com 12 anos ou mais de estudo passavam menos tempo se dedicando aos afazeres domésticos (17,0 horas semanais), quando comparadas às mulheres com até 8 anos de estudo (25,3 horas semanais).

Trabalho informal prevalece entre mulheres jovens e idosas

O percentual de mulheres no mercado de trabalho formal (que têm carteira assinada, incluindo domésticas, militares e funcionárias públicas estatutárias, são empregadoras ou trabalhadoras por conta própria que contribuíam para a previdência social) subiu de 41,5%, em 1999, para 48,8% no ano passado. Entre os homens, houve um incremento de 45,9% para 53,2%. No mesmo período, a participação feminina na categoria empregado com carteira assinada passou de 24,2% para 30,3%. A participação das trabalhadoras não remuneradas, que trabalham na produção para o próprio consumo ou que exercem atividades na construção para o próprio uso, por sua vez, caiu de 18,7% para 11,6%.
Entre as jovens de 16 a 24 anos, 69,2% das ocupadas estavam em trabalhos informais. A taxa era mais elevada entre as mulheres de 60 anos ou mais: 82,2%. As diferenças eram ainda mais expressivas na comparação regional: no Sudeste, 57,2% das mulheres jovens estavam inseridas em trabalhos informais no Nordeste chegava a 90,5%.
No que tange à cor ou raça, a inserção das mulheres também se dava de forma diferenciada. Entre as de cor branca, cerca de 44,0% estavam na informalidade; percentual que era de 54,1% entre as pretas e de 60,0% entre as pardas. A maior diferença na taxa de formalidade entre as mulheres, segundo sua cor ou raça, ocorreu na região Norte, onde 55,9% das brancas estavam no mercado informal contra 67,1% das pretas e 68,3% das pardas. A menor diferença era a do Sul, cujos percentuais eram de 44,2% para brancas, 43,4% para pretas e 50,5% para pardas.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A hora das meninas

Artigo muito interessante sobre a ascensão feminina no mercado de trabalho. Fiquem de olho, meninos!

Fonte: Carta Capital. http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=7103

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