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sexta-feira, 14 de maio de 2010

Cientistas: buraco na camada de ozônio se recuperará até 2080

                                                                    Foto: Nasa/Reprodução
O buraco na camada de ozônio que protege a Terra aparece em reproduções de imagens de satélite em 1979 e em 2008. As cores indicam a concentração de ozônio (concentração máxima em laranja e mínima em violeta)


Vinte e cinco anos depois do anúncio de que pesquisas apontavam catastróficas previsões sobre o destino do chamado buraco na camada de ozônio, cientistas da Universidade de Cambridge (Reino Unido) afirmam que a espessura da camada de ozônio sobre a Antártida se recuperará até 2080, voltando aos níveis que tinha em 1950. O anúncio foi feito durante o encontro comemorativo da data das primeiras pesquisas que tanto alarmaram a humanidade. As informações são do site do El País.
Durante o encontro não faltaram paralelos com o atual problema enfrentado por pesquisadores: a mudança climática. Mas, neste caso, os discursos eram tingidos com o pessimismo, não por falta de conhecimento científico, mas por falta de um acordo político para atacar o problema, que é real, de forma eficaz.
A descoberta do buraco na camada de ozônio
Em maio de 1985, Joseph Farman, Brian Gardiner e Jonathan Shanklin do British Antarctic Survey (BAS) informaram na revista Nature a descoberta de uma diminuição da camada de ozônio sobre o continente antártico durante a primavera austral. Para marcar o aniversário da data, a última edição da revista traz um artigo onde Shanklin explica que a descoberta se deu observando que os valores de ozônio haviam caído 40% entre 1975 e 1984.
"Havia uma preocupação com que os CFC (clorofluorocarbonos) pudessem destruir a camada de ozônio, que está a uma altura entre 10 e 35 quilômetros acima da superfície da Terra e protege a humanidade de mais de 90% da radiação solar prejudicial ultravioleta ", disse Shanklin à Nature. Os satélites permitiram então constatar que o buraco na camada de ozônio havia se estendido por todo o continente.
Antes dos três especialistas do BAS, outros cientistas alertaram sobre a destruição do ozônio por reações de compostos como o CFC usado em aerossóis e refrigerantes com seus estudos de química atmosférica. Pelos trabalhos realizados na década de setenta, receberam o Prêmio Nobel de Química em 1995, Paul J. Crutzen, Mario J. Molina e F. Sherwood Rowland.
A camada de ozônio é uma tela natural que filtra a radiação ultravioleta dos raios solares nocivos aos seres vivos, capazes de causar nas pessoas queimaduras de pele, câncer e catarata. Uma molécula de ozônio é composta por três átomos de oxigênio e na estratosfera se concentrada em uma faixa a uma altura de cerca de 20 km. Existe uma molécula de ozônio para cada cem mil moléculas de ar, explica o BAS.
O ozônio é gerado quando a radiação ultravioleta quebra as moléculas de oxigênio, e ele é destruído por reações químicas do cloro e do bromo liberados na atmosfera pelos gases de CFCs.
Na década de oitenta foram emitidas 500 mil toneladas de CFC por ano, atingindo um valor de 30 milhões de toneladas acumulados na atmosfera, um sexto do que atingiu a estratosfera, informam os relatórios da Unidade de Coordenação de Investigação do Ozônio da UE.
Apesar do fato de que a destruição do ozônio não se restringe à Antártida, o buraco de ozônio no local deve-se ao tempo na região e ao frio extremo durante o inverno, o que leva à maior produção de cloro e bromo a partir dos gases poluentes, e quando a chega a luz da primavera se acelera a perda das moléculas de ozônio. "Hoje nós entendemos bem a física e a química que regem a camada de ozônio", disse Shanklin. "Os níveis mínimos de ozônio tem sido constantes nos últimos 15 anos, 70% abaixo dos níveis do final dos anos setenta."
Quanto à proibição desde 2000 dos gases destrutivos do CFC - pelo Protocolo de Montreal - e a substituição destes por compostos alternativos em nível industrial, houve bons resultados. A concentração desses gases na atmosfera atingiu o pico em 2001 e, em seguida, começou a diminuir. Mas o seu efeito é duradouro e o buraco na Antártida continua a aparecer em cada primavera. No ano de 2006 foi registrada a maior extensão dele: 28 milhões de quilômetros quadrados.

Fonte: Terra Ciência. Disponível em http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4427251-EI8147,00.html. Acesso em 14/05/2010.

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