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segunda-feira, 3 de maio de 2010

A lei anti-imigrante e a reação dos Estados Unidos

Washington, 2 mai (Prensa Latina) A lei anti-imigrante assinada pela governadora de Arizona, Jan Brewer, deixou de ser um assunto estadual para converter-se em tema de debate nacional nos Estados Unidos.
Ontem, dezenas de milhares de pessoas marcharam pelas principais ruas do país por ocasião do Dia Internacional dos Trabalhadores, para exigir a derrocada do regulamento.
Mas as exigências vão para além de eliminar a lei do Arizona.
A lei reavivou o debate e deu novo brio às exigências de milhões de imigrantes que defendem a regularização e legalização de seus irmãos, pais, amigos, ou simplesmente conterrâneos.
Cerca de 13 milhões de pessoas vivem à margem da lei nos Estados Unidos por não ter em ordem sua status migratório.
A falta de documentos obriga-os a aceitar pagamentos miseráveis por sua força de trabalho, ou obriga-os a permanecerem calados diante de abusos que vão desde a exploração trabalhista até a violência expressa.
Os imigrantes decidiram recordar ao presidente Barack Obama suas promessas de aprovar uma reforma que faça suas vidas mais fáceis.
Com cartazes em mãos, alguns gritaram-lhe desde Nova York, Chicago, Denver, San Francisco, Los Angeles, afirmando que o voto latino foi decisivo em sua vitória nas últimas eleições.
Os ativistas pró-imigrantes e defensores dos direitos civis rechaçam a lei 1070 por considerá-la racista e discriminatória.
Segundo a lógica da lei, a polícia realizará detenções tendo por base perfis raciais, e submeterá amilhares de pessoas que residem legalmente no país a humilhações, apenas por sua cor.
Os latinos, que representam quase a quarta parte da população no estado do Arizona, se queixam de que os abusos contra eles aumentarão.
O regulamento obriga os polícias a deter, interrogar e tratar como criminosos a qualquer pessoa cujo status migratório esteja sob "dúvidas razoáveis".
Mas, apesar do rechaço e das evidentes perdas reportadas pelo Arizona devido a um boicote comercial convocado pelos manifestantes, as pesquisas sugerem que a lei conta com respaldo majoritário. Recentes pesquisas assinalam que 60% da população local favorece a decisão de Brewer.
Analistas explicam que o medo da violência gerada pelo narcotráfico procedente do México é muito, e que afeta cidadãos inocentes.
A polícia ou as forças federais não podem conter o tráfico ilegal pela fronteira, os crimes associados à droga aumentam, e os cidadãos do Arizona tem culpado os latinos.
"Não toleraremos mais isso", advertiu à imprensa recentemente o alguazil do condado Pinal, Paul Babeu.
Um dos homens de Babeu morreu no dia 30 de abril em um tiroteio com narcotraficantes, quando patrulhava um corredor migratório.
O alguazil sente-se, portanto, amparado quando assinala que caso os imigrantes ilegais sejam detidos, cessarão os ataques, os tiroteios, as invasões de domicílios, os sequestros e demais crimes violentos.
No entanto, aqueles que marcham do lado de fora do Capitolio [sede do governo] recordam a seus concidadãos que sobre eles também foi construído o Estado.
Nesse sentido, os imigrantes argumentam que o Arizona se desenvolveu sobre a base de esforço imigrante, na agricultura, na construção e no turismo, principais motores econômicos da região, além da mineração.
Para além das fronteiras estaduais, o argumento repete-se nas vozes daqueles que gritam ao país que a mão de obra estrangeira edificou a nação, desde os exilados britânicos, os asiáticos... até os latinos.

http://www.prensa-latina.cu/index.php?option=com_content&task=view&id=184659&Itemid=1

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