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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Uma “fazenda de ondas” gera eletricidade em Portugal

Peter Moon

O Parque de Ondas da Aguçadora, nome da praia em frente a qual o projeto-piloto foi montado, é a primeira fazenda de aproveitamento da energia das ondas.
 Navegar é preciso, observou certo dia o poeta português Fernando Pessoa. Boiar, também. Pelo menos é no que acreditam os engenheiros responsáveis pelo projeto e construção de três imensas balsas vermelhas (foto acima). Cada uma delas mede 142 metros de comprimento, tem 3,5 metros de diâmetro e pesa 700 toneladas. Em 2008, elas foram ancoradas no litoral norte de Portugal. Ao custo de 8,5 milhões de euros, as balsas gigantes geram 2,25 megawatts de eletricidade, suficientes para abastecer as 1.500 casas de Póvoa de Varzim, cidadezinha a beira-mar próxima ao Porto. O Parque de Ondas da Aguçadora, nome da praia em frente a qual o projeto-piloto foi montado, é a primeira fazenda de aproveitamento da energia das ondas.
As estruturas cilíndricas flutuadoras, chamadas Pelamis, lembram banana-boats. Foram construídas na Escócia pela Pelamis Wave Power, uma firma de engenharia de Edimburgo. Em 2007, as três balsas foram rebocadas pelo Atlântico Norte até o litoral português, onde foram ancoradas num local com 50 a 60 metros de profundidade, a 5 quilômetros da costa. As balsas são semi-submersíveis e articuladas. Elas se ligam umas às outras como os gomos de um rolo de salsichas. Cada unidade geradora possui três gomos, dispostos em posição perpendicular à costa, de modo a “pegar” as ondas de frente.
Num movimento de gangorra, as balsas sobem e descem ao sabor da ondulação. No interior de cada uma há um reservatório com óleo sob alta pressão. A ondulação faz o óleo se mover para frente e para trás, acionando os geradores que produzem 750 quilowatts de eletricidade, transferidos por um cabo submarino ao continente.
A segunda fase do projeto da empresa EDP Energias de Portugal prevê, ao custo de 70 milhões de euros, a instalação de 25 pilamis para gerar 21 megawatts, o bastante para suprir uma cidade de 250 mil habitantes. A fase final do projeto, se algum dia vier a se concretizar, prevê investimentos de 1,1 bilhão de euros para instalar um parque de ondas com capacidade de 525 megawatts, para gerar energia a 5 milhões de pessoas.
O projeto-piloto português comprovou a viabilidade comercial dessa usina de geração de energia limpa e renovável. Uma segunda “fazenda de ondas” está em construção. Ficará nas ilhas Orkney, ao norte da Escócia (foto abaixo). Serão 26 pilamis que irão produzir 20 megawatts de eletricidade, num investimento de 80 milhões de euros.

Fonte: Revista época online, publicado em 27/08/10. Disponível em http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI166641-15230,00-UMA+FAZENDA+DE+ONDAS+GERA+ELETRICIDADE+EM+PORTUGAL.html

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